O cientista do Centro de Pesquisa de Langley, Kevin Kempton, que encabeça o grupo de estudos no âmbito do projeto Casa de Gelo, disse ao portal Space.com que a residência inflável é "mais do que um simples habitat, pois do que precisamos é de uma nova casa em Marte", adiantando que "nossa equipe tem certeza que Casa de Gelo é a melhor solução para o primeiro posto avançado no território marciano".
Kempton explicou que a Casa de Gelo será um espaço de trabalho multifuncional onde será possível conduzir as atividades indispensáveis para a estadia prolongada no planeta.
Em novembro, um grupo de pesquisadores da NASA na Universidade do Texas, em Austin, descobriu um depósito de gelo na região marciana de Utopia Planitia, com um território igual ao do estado norte-americano do Novo México e cuja reserva de água pode ser comparada com a do Lago Superior.
Em fevereiro de 2015, ao ser entrevistado, Kempron afirmou:
"Quando formos para Marte, vamos ficar lá por muito tempo… Precisaremos de um lugar para manutenção dos equipamentos robotizados que estarão fora [de casa] para nos ajudarem em ambiente muito complicado."
Ele sublinhou que o conserto de um traje pressurizado na superfície marciana é uma tarefa problemática, mas o ambiente pressurizado da Casa de Gelo pode resolver isso.
"Trabalhar com luvas pressurizadas é como usar luvas de palhaço, pois é difícil fazer coisas simples e as mãos se cansam bem depressa", partilhou.
"Muitas das estruturas imprimidas de regolito em impressora 3D parecem espetaculares, mas elas não suportariam muita pressão", disse Kempton.
"[O ambiente de] Marte é parecido ao vácuo, e a pressão interna poderia literalmente fazer explodir estas instalações sem uma camada restritiva forte. Não se pode deixar de parte o fato de você viver em um vaso de pressão em Marte e as formas disso são bem limitadoras para os arquitetos [do projeto]", explicou.
A concepção atual da Casa de Gelo prevê alojamento para 4 membros da equipe e inclui áreas de trabalho, de logística, para dormir e uma cozinha.