O ministro das Relações Exteriores do Iraque, Ibrahim Al-Jaafari, falou à Sputnik sobre o segredo da capacidade de combate dos terroristas e comentou as intenções do Curdistão raquiano de ficar com os territórios libertados.
Al-Jaafari disse que tudo indica que os terroristas recebem apoio de outros países.
"<…> O inimigo tenta usar as nossas fraquezas para se manter o mais tempo possível. Além disso, possuem grandes reservas de armas e munições. São armas modernas, o que indica que têm apoio internacional. Há governos que estão por trás deles. O exército iraquiano tem isso em conta e tenta esgotar a potência do adversário", disse o alto diplomata iraquiano.
O chanceler iraquiano explicou que as forças iraquianas não têm pressa de libertar a cidade, porque tentam evitar grandes baixas entre os civis.
"Damos atenção especial a evitar vítimas entre os civis, que o Daesh usa como escudos humanos. <…> A doutrina do exército iraquiano é que é necessário tentar evitar vítimas entre os civis. O Daesh está usando estas pessoas. É por isso que não temos pressa, desviamos recursos adicionais, arriscando a vida dos nossos soldados para preservar as vidas dos civis", disse acrescentando que agora a maior parte de Mossul já foi libertada dos terroristas. São 40 bairros dos 56 existentes. Agora a cidade está isolada da Síria e está totalmente cercada pelo nosso exército.
"Precisamos de tempo para libertar a cidade com baixas mínimas", afirmou o chanceler iraquiano.
Segundo o chanceler, isso tornou-se possível graças à consolidação das forças que participam do combate contra o Daesh em Mossul.
"O combate por Mossul é uma batalha de todo o Iraque. Vieram residentes de todas as províncias para libertar esta cidade, como foi com a libertação de Fallujah", disse.
A milícia militar curda do Curdistão iraquiano – peshmerga – participou da libertação da província de Nínive e agora declara que não deixará estes territórios. Segundo Al-Jaafari, ninguém tem o direito de alienar territórios nacionais. Os curdos estão representados no governo e no parlamento iraquiano. Os curdos são parte da comunidade iraquiana. "Não faz sentido dividir o Iraque".
O chanceler iraquiano afirmou que o país desenvolve a cooperação com a Rússia na luta contra o terrorismo.
"Estamos trocando informações e esperamos que isso aconteça a um nível mais alto. <…> A inteligência russa é uma das mais fortes do mundo e na luta contra o terrorismo precisamos de informações de inteligência. A Rússia pode prestar-nos grande ajuda nesta área", disse.
Além disso, Al-Jaafari confirmou que o Iraque pretendia ser um dos mediadores do conflito na Síria, em conjunto com a Rússia, Irã e Turquia, porque também sofre do terrorismo e por a regularização na Síria ir igualmente levar a paz para o Iraque.