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Policiais temem explosão de violência na noite de Réveillon em Copacabana

© Foto / Alexandre Macieira/RioturRéveillon Rio segurança
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O clima de insatisfação popular no Rio de Janeiro preocupa policiais militares na ativa e aposentados quanto à questão da segurança na festa de Réveillon em Copacabana. A Associação de Oficiais Militares Ativos e Inativos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro (Aomai) pediu o cancelamento da festa.

Na mensagem, a associação justifica o pedido "pela amplitude e quantidade de pessoas envolvidas que poderão tomar proporções violentas e atentatórias à integridade da população presente", principalmente na comemoração que acontece tradicionalmente na Praia de Copacabana. A expectativa é que dois milhões de pessoas lotem a praia na virada do ano.

A Sputnik Brasil conversou com o coronel reformado da Polícia Militar Paulo Ricardo Paul, que integra o Conselho Fiscal da Aomai, e ele confirmou as preocupações da entidade.

"Fizemos a carta diante da inércia do governo. Não é o momento de se realizar o Réveillon no Rio de Janeiro, mas o governo está completamente inerte e tocando para frente, como se não estivéssemos vivendo no Rio uma situação completamente atípica: temos centenas de milhares de famílias que estão sem receber o 13º, com salários atrasados, passando gravíssimas necessidades, tem pensionista que só está comendo porque estamos fazendo campanha para arrecadar cestas básicas", diz Paul.

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O integrante da Aomai lembra que o Rio tem vivido uma série de protestos, a maioria em frente à Assembléia Legislativa (Alerj), com enfrentamento entre policiais e manifestantes. Paul observa que o clima é de muita insegurança na cidade, com o aumento da criminalidade e o desaparelhamento tanto da PM quanto da Polícia Civil.

"Se tivermos lá um louco, basta um louco, que lance um rojão numa multidão aglomerada de dois milhões de pessoas, vamos ter uma correria que temos visto nos arrastões só que numa amplitude muito maior. Cinquenta feridos. Vai levar para qual hospital se estão todos quebrados e não têm condição de atender ao dia a dia da população? Você tem tudo para não fazer o evento", diz Paul, acrescentando:

"A gente percebe uma clara revolta nas pessoas que isso é uma festa onde se gasta cerca de R$ 5 milhões sem considerar o que se gasta com a hora/homem do policial militar, combustível das viaturas, porque são dois mil homens que são colocados lá. O Estado tem um gasto gigantesco, um Estado que não paga seus servidores, seus militares estaduais. Se você está numa situação dessas, qual é o melhor lugar para se fazer um protesto?", indaga o coronel.

O porta-voz da Aomai diz que a carta já repercutiu na mídia internacional e na mídia nacional toda. 

"Já temos informação de que vários protestos serão realizados. A Aomai já esteve presente em todos eles, mas não irá fazer protesto algum no dia 31, porque seria uma incoerência. E desse protesto, que mesmo ordeiro e pacífico, que pode nascer uma confusão. Estamos com a fórmula da tragédia, temos que pedir a Deus para dar tudo certo. Tem coisas que são inveitáveis. O número de furtos e de roubos é gigantesco, e isso vai contecer também, porque você não tem como proteger dois milhões de pessoas."

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Segundo Paul, o foco das manifestações deverá ser em frente ao Copacabana Palace, porque ali é o local de maior visibilidade e de concentração de turistas, por isso a orientação é que as pessoas evitem ficar próximas do Copacabana Palace. 

"Em qualquer situação em que vejam um protesto se instalando, se afastem desse local", aconselha Paul. "A Praia de Copacabana é enorme, você vê a queima de fogos em toda a extensão da praia. Nós, da Aomai, não queremos que as pessoas não participem da festa. Queremos que tenham mais cautela."

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