Na quarta-feira (28), a Charlie Hebdo divulgou uma charge retratando um avião caindo e, ao lado, um solista do Ensemble Aleksandrov (64 músicos do Ensemble morreram no acidente trágico com o Tu-154 neste domingo) emitindo um grito cantado. A legenda diz: "O repertório do coro do Exército Vermelho está sendo renovado".
"O novo excremento no papel por parte destes bípedes de Paris não me toca. Prestar atenção a esta imundície é humilhante para uma pessoa normal", disse Konashenkov ao comentar as publicações da revista.
Konashenkov frisou também que não é de estranhar que a postura dos russos, que não faz muito tempo posavam vestidos de camisas dizendo "Je suis Charlie", tenha mudado.
Vários políticos russos também manifestaram sua profunda indignação com tal "criatividade" da revista. O líder da Chechênia, Ramzan Kadyrov, disse que isto não tem nada a ver com a liberdade de expressão e democracia e "a política da redação é amoral e desumana".
A presidente da Comissão para o Desenvolvimento da Diplomacia Pública e Apoio de Compatriotas no Estrangeiro da Câmara Civil russa, Elena Sutormina, ao contrário, sublinhou que as pessoas devem ignorar a charge para que a obra destes "terroristas de informação" não seja divulgada.
Charlie Hebdo é conhecida por publicar regularmente charges provocatórias sobre vários acontecimentos. A edição atraiu atenção internacional em janeiro de 2015, quando sua redação foi sujeita a um ataque terrorista dos islamistas após ter divulgado charges trocistas sobre o profeta Maomé, figura central na religião islâmica.