Elor Azaria matou com um tiro na cabeça um jovem palestino que estava ferido e imobilizado no chão, depois que ele atacou outro militar em Hebron.
A presidente do tribunal militar, a juíza Maya Heller afirmou durante a leitura da sentença que Azaria sabia que sua ação provocaria a morte e matou o agressor palestino — Abdel Fatah al-Sherif, de 20 anos — "sem motivo justificável".
Heller rejeitou sistematicamente todos os argumentos de defesa de Azaria, dizendo que "o fato de que o homem no chão era um terrorista não justifica uma resposta desproporcional". Os advogados tentavam provar que o soldado temia que Fatah al-Sherif estivesse carregando uma bomba.
Reação
Após a leitura do veredicto, uma familiar do condenado foi expulsa da sala após gritar contra os juízes e afirmar que a sentença era "uma vergonha". Outro familiar gritou "asquerosos esquerdistas", antes de deixar a sala muito irritado.
O julgamento foi acompanhado por todo o país e centenas de manifestantes se reuniram na frente da sede do Exército em Tel Aviv, gritando insultos contra os árabes e contra a esquerda israelense, que apoiou a condenação.
Em entrevista à Al Jazeera, concedida antes do veredito, os pais de Sharif que não aceitariam nada além de um veredicto de culpado e uma sentença de prisão perpétua.
"Ele deve ser condenado neste tribunal como fazem com os palestinos… sentenças de prisão perpétua, tortura e, em seguida, acabar morto deitado em um frigorífico", disse Yusri al-Sharif, o pai da vítima.
Mas de acordo com uma pesquisa realizada em agosto pelo Israel Democracy Institute, 65% do público judeu apóia Azaria e sua reivindicação de autodefesa. O soldado agora terá a pena definida: a sentença pode passar dos 20 anos.