Zenko frisa que estas estatísticas, sem dúvida, não correspondem ao número real, que foi diminuído, já que os dados confiáveis são apenas os dos países do Paquistão, Iêmen, Somália e Líbia, ainda mais porque um ataque aéreo pode ser efetuado com várias bombas ao mesmo tempo.
Segundo o especialista, no ano passado, os EUA lançaram 3.027 bombas a mais do que em 2015. Além disso, no ano em questão, a Líbia não fazia parte da lista.
"À medida que Obama dá início às últimas semanas de presidência, haverá avaliações de larga escala quanto a sua abordagem da política externa, focada na redução das tropas de combate terrestres norte-americanas (com exceção do aumento marcante [da presença militar] no Afeganistão), apoiando os aliados locais na área de segurança e autorizando uso vasto da força aérea", diz-se no relatório publicado no portal do Conselho de Relações Exteriores dos EUA.
Quanto aos dados relevantes à Síria e ao Iraque, Zenko e seu colega Jennifer Wilson os recolheram com ajuda de relatórios do Pentágono e arquivos on-line. Eles revelaram que, em 2016, os EUA participaram de 79% de todos os ataques aéreos da coalizão internacional contra as posições do Daesh no âmbito da operação Resolução Inerente.
Deste modo, apesar de uma das promessas da campanha eleitoral de Obama estar relacionada ao fim do envolvimento norte-americano no conflito afegão, o presidente aprovou o aumento do contingente e lançamento de 1.337 bombas, ou seja, cerca de 400 a mais do que no ano de 2015.
No início de dezembro, a coalizão publicou um comunicado de imprensa onde reconheceu a morte de 173 civis no decorrer da respectiva operação.