França recorda o aterrorizante atentado de Charlie Hebdo que ocorreu há 2 anos

© AP Photo / Francois MoriAs pessoas passam por uma placa que diz "Je suis Charlie" ("Eu sou Charlie") em homenagem das vítimas do atentado na redação da revista que occoreu em 7 de janeiro de 2015
As pessoas passam por uma placa que diz Je suis Charlie (Eu sou Charlie) em homenagem das vítimas do atentado na redação da revista que occoreu em 7 de janeiro de 2015 - Sputnik Brasil
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Hoje (7), a França presta homenagem às vítimas do aterrorizante atentado a redação do semanário satírico francês, Charlie Hebdo.

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Há dois anos, em 7 de janeiro de 2015, dois terroristas invadiram o escritório da revista Charlie Hebdo, em Paris, e abriram fogo contra os jornalistas. O ataque causou a morte de 12 pessoas. Passados dois dias, os terroristas foram mortos a 40 quilômetros da capital francesa.

Uma discreta cerimônia de homenagem se deu junto à antiga sede da redação na quinta-feira (5). A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, o ministro das Relações Exteriores, Bruno Le Ru, e os representantes da revista deixaram flores no memorial da tragédia.

A capa da edição dedicada ao segundo aniversário do ataque contra a revista é intitulada "2017. Finalmente, o fim do túnel" e retrata um homem que olha para dentro de um cano de canhão de um terrorista. Segundo diz o editor-chefe da edição, Laurent Sourisseau, mais conhecido como ‘Riss', 2015 foi um ano da continuação da vida para a revista, enquanto o de 2016 foi de estabilização.

"Pode ser que em 2017 sejamos ainda mais duros e agressivos", afirmou Riss em entrevista à agência Agence France-Presse.

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Ele frisou que, ao longo dos últimos dois anos, muitos se tornaram mais intolerantes à edição. De acordo com Sourisseau, a redação continua sendo constantemente intimidada, e se antigamente a revista, em sua maioria, atraía os islamistas, hoje em dias, suas publicações provocam raiva de todos os lados, inclusive de fora, da Rússia e da Turquia, em particular (vale ressaltar que, há pouco tempo, a revista publicou uma charge grosseira sobre o trágico acidente com o Tu-154 russo que não deixou sobreviventes).

"Anteriormente, éramos incomodados por uma ou duas organizações retrógradas francesas, agora parece que todo o mundo acompanha aquilo que fazemos", partilhou o jornalista.

Em uma reportagem, a rádio Europe 1 destaca que, desde o dia trágico do atentado, o conteúdo do semanário quase não foi modificado. "Talvez estejamos desenhando menos o profeta [Maomé]", diz um dos ex-representantes da redação. Pelo menos, as charges sobre o profeta muçulmano já não aparecem na capa.

Segundo ele, as medidas de segurança reforçadas, aplicadas à equipe da Charlie Hebdo, "matam a criatividade".

"Já não há atmosfera do passado", afirmou o jornalista.

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Houve muito cartunistas que deixaram a redação após a tragédia, cada um por motivos próprios: alguns por convicções pessoais, outros por acreditar que o preço a pagar pela abordagem mordaz e provocatória da revista é demasiado caro, já que a chefia da edição decidiu preservar tal postura.

Hoje em dia, a Charlie Hebdo trabalha sob uma vigilância reforçada. O endereço da redação não é revelado, a sede parece mais uma casamata: inúmeras portas blindadas, segurança armada que revista cada visitante e há até um "panic room" — um quarto especialmente equipado que será usado caso seja realizado um novo atentado.

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