Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o acordo com o Rio é viável, mas será necessária uma contrapartida de redução de despesas no estado. Meirelles ainda descartou a possibilidade do Governo Federal realizar novos empréstimos para o Rio.
"Concluímos em primeiro lugar, que o acordo é viável e que teremos condições sim de assinar o acordo até o final da semana que vem. Não temos ainda definido o acordo em detalhes. O que já definimos é que existe um amplo campo de redução de despesas do estado do Rio de Janeiro, de certo aumento de despesas, de reestruturação das dívidas e de possível concessão de novos empréstimos. O Governo em si não vai conceder novos empréstimos, mas é possível que se estruture operações com entidades financeiras. As contrapartidas estão sendo discutidas e serão anunciadas no dia em que o acordo for assinado. A princípio a CEDAE (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro) seria parte do processo. Eu não posso antecipar medidas que ainda estão sendo objeto de detalhamento e que envolvem decisões importantes por parte do Rio de Janeiro, inclusive envolvendo a Assembleia Legislativa."
Antes do anúncio do acordo o governador do Rio vai apresentar as medidas para a Presidente do STF, Cármen Lúcia. O Governo do Rio não terá muito tempo para equilibrar as contas, o Palácio do Planalto já estipulou um prazo até o fim do ano que vem, mas as medidas ainda precisam do aval da Assembleia Legislativa do Rio. Em novembro do ano passado, Pezão apresentou um pacote de austeridade com 22 medidas, que foram rejeitadas pela Alerj ou devolvidas para passar por alterações. Mesmo assim, o governador do Rio está confiante de que vai conseguir estabilizar as finanças fluminense até o fim do prazo estabelecido pelo Governo Federal.
"Eu tenho expectativa de que nós seremos um Estado viável. Um Estado que vai pode honrar seus compromissos, colocar sua folha em dia. Isso tudo já conseguimos a partir desse acordo."
Em 2016, a União quitou mais de R$ 2, 2 bilhões em dívidas do Governo fluminense. De acordo com o Tesouro Nacional somente o estado do Rio concentrou 94% de todos os recursos que a União usou para socorrer estados e municípios devedores.
Durante a passagem por Brasília, o Governador do Rio também aproveitou para se reunir com o presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli. Pezão espera que o banco possa abrir novas linhas de crédito para o governo do Rio.