Jochen Scholz, tenente-coronel do Bundeswehr que serviu na OTAN, comentou para a Sputnik Alemanha a situação na Europa. Ele destaca que tudo decorre no âmbito do acordo bilateral entre os EUA e Polônia e não no âmbito da OTAN, por isso surgem questões da base jurídica do papel da Alemanha neste negócio.
A situação atual faz lembrar o período da Guerra Fria, naquela época havia um plano que pressupunha, em caso de conflito, o envio de até 900 mil soldados americanos via aeroporto de Frankfurt. As bases europeias dos EUA eram uma espécie de trampolim, explica o ex-militar alemão.
"Surge a questão: conforme qual base jurídica têm os EUA suas bases militares na Europa? Esta base é garantida pelo tratado da OTAN, mas tudo o que ultrapassa seus limites, inclusive a projeção de forças americanas para outras regiões, não tem nada a ver com o acordo sobre implementação de militares", disse Scholz.
Se trata da maior implementação de tropas dos EUA desde a Segunda Guerra Mundial, entretanto nada indica uma situação grave, frisa o oficial alemão. Ele destaca quatro pontos:
Scholz declara que todo mundo sabe que a Rússia não tem planos para intervir nos Países Bálticos.
"É apenas um elemento do jogo. Estão sendo inventadas ameaças, que na verdade não existem, para justificar os gastos. <…> Políticos europeus participam deste jogo e dizem aos seus cidadãos que eles estão sendo ameaçados pelos russos", sublinha Scholz.
Ele lembrou a observação de Putin feita alguns dias atrás que "entre Moscou e Vladivostok há 9.000 quilômetros e há que fazer outras coisas além da conquista dos Países Bálticos".