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Xô, sexta-feira 13! Por que essa data é tida como sinal de azar no Brasil e no mundo?

© Emmanuel Dunand/AFPSexta-feira 13 superstições
Sexta-feira 13 superstições - Sputnik Brasil
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O ano mal começou e janeiro já traz uma das datas mais temidas no Brasil e no mundo: sexta-feira 13. Tem gente que recorre a uma série de supertições para não ser atingido pelo azar associado ao dia. Há de tudo, desde evitar passar por baixo de escada, não deixar tesoura aberta em casa, até carregar patuá, crucifixo e fita.

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No Brasil e no exterior pessoas comuns e celebridades têm estratégias próprias de defesa contra a data. Outros, no entanto, acham que ela é sinônimo de sorte. No Brasil, o cantor e compositor Roberto Carlos foge o quanto pode do número 13 e até remarca shows para não cair nesse dia. Quem adora a data, contudo, é Mário Jorge Lobo Zagallo, ex-jogador e técnico campeão da Seleção Brasileira de futebol. Aos 84 anos, ele até hoje acredita que o 13 só lhe trouxe sorte, por ter conquistado quatro títulos da Copa do Mundo pelo Brasil (1958, 1962, 1970 e 1994).

No exterior, a cantora e atriz Lady Gaga só aceita números de mesas e cadeiras pares em seu camarim, ou seja, nem pensar em 13. Assim como Zagallo, a cantora e compositora Taylor Swift só vê motivos de sorte no 13: ela completou 13 anos numa sexta-feira 13, seu primeiro disco de platina foi conseguido após 13 semanas de vendas e seu primeiro MTV Video Music Awards foi conquistado no dia 13 de setembro de 2009.

Evitando passar por baixo de escadas, a Sputnik Brasil foi ouvir Rainer Sousa, mestre em História e professor do Instituto Federal de Goiás, para saber se o dia faz mesmo jus à fama que tem. Segundo ele, a data é resultado de uma série de narrativas que a associam ao infortúnio, e daí vem toda uma série de tradições e culturas, onde essa associação com a sexta-feira e com o dia 13 acabou se somando uma à outra e, a partir disso, se consolidou a ideia de que a sexta-feira 13 seria um dia de infortúnio. Segundo Sousa, desde a Europa Ocidental até a mitologia dos países nórdicos, há histórias que tentam associar a data com o azar. 

Na mitologia nórdica, há uma lenda que conta que o deus Odin convidou 12 importantes divindades para uma grande reunião no Vahala (o Olimpo nórdico). Irritado por não ter sido lembrado, Loki, o deus da discórdia e do fogo, foi ao encontro e promoveu uma grande confusão em que acabou morrendo Balder, uma das mais belas divindades nórdicas. Desde então criou-se o mito de que encontros com 13 pessoas sempre termina mal. Daí a associar o número a uma sexta-feira foi questão de tempo.

"Há uma narrativa a respeito do rei Felipe IV, no século 14, onde ele teria um problema político com a Ordem dos Cavaleiros Templários, onde ele tinha interesse de entrar e, pelo fato de não ter conseguido, vai reafirmar sua autoridade querendo perseguir a Ordem. Segundo consta, essa perseguição acabou sendo decretada numa sexta-feira 13", lembra Sousa. 

Para o professor, o grau de superstição do brasileiro é igual ao de todo o mundo. 

"No caso do mundo ocidental, há essa peculiaridade: no processo de cristianização, a gente não pode pensar que ele foi 100% eficaz, porque você tinha uma diversidade de religiões consideradas pagãs. Nesse processo, algumas das tradições dessas antigas religiões que vão ser convertidas se mantêm de alguma forma."

Acreditando ou não no azar das sextas-feiras 13, antes de voltar para casa bata com o nó dos dedos três vezes na madeira e diga: "Saravá, pé de pato, mangalô três vezes!"

Mal não vai fazer e ainda serve para reviver uma bonita tradição de nossos ancestrais africanos.

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