Especialista: 'Submarinos russos não representam ameaça para Portugal'

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submarino em Kamchatka - Sputnik Brasil
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"As manobras dos submarinos russos próximas a Portugal não representam qualquer ameaça para este país. Estes submarinos têm a função de escoltar embarcações russas que seguem para o Mediterrâneo ou que estão retornando para as bases do Norte da Rússia."

As palavras são do jornalista Nelson Francisco Düring, especialista em assuntos militares. O jornalista fez este comentário para a Rádio Sputnik Brasil a propósito da matéria publicada pelo jornal português Expresso, especulando sobre a presença de submarinos russos próximos às águas territoriais de Portugal. Assinada pelo repórter Carlos Abreu, a matéria inseriu estas observações na cobertura da posse do novo Comandante da Marinha de Portugal, Vice-Almirante Gouveia e Melo, que ocorreu na quinta-feira, 12.

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De acordo com Carlos Abreu, o novo Comandante da Armada de Portugal alertou para o recrudescimento da ameaça submarina e defendeu a necessidade de treinar os militares da Marinha para este tipo de ameaças.

Segue o relato do jornalista português:

"Uma fonte militar confirmou ao Expresso que se tem vindo a detectar uma maior presença de submarinos russos nos espaços marítimos onde a Marinha portuguesa mantém uma presença habitual e constante. Lembra a mesma fonte que, apesar de se ter vindo a registrar um maior investimento no setor da Defesa, a Rússia não tem capacidade para manter uma presença constante e abrangente nos mares e opta por posicionar unidades navais fortemente armadas em zonas estratégicas como, por exemplo, no Atlântico Norte."

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Para Nelson Francisco Düring, as afirmações do Vice-Almirante Gouveia e Melo devem ser interpretadas de outra forma:

"Lendo a matéria do jornal Expresso e as informações que vieram sobre o discurso de posse do novo Comandante da Marinha portuguesa, vejo que ele está retomando alguns assuntos que eram históricos. Então, ele está falando da ameaça de submarinos mas não chega a dizer, explicitamente, que seriam submarinos russos (rondando Portugal). Dentro desse contexto, ele menciona outros tipos de ameaças como a questão do controle de fronteiras, as passagens de refugiados do Norte da África para a Europa, etc. Historicamente também, Portugal, dentro da OTAN, tinha a função de ser uma espécie de Operações Antissubmarinos na Península Ibérica. Portugal era guardião do Estreito de Gibraltar e das Ilhas dos Açores. Então, o Almirante, usando seus conhecimentos, menciona ameaças submarinas que podem estar ocorrendo ou estão ocorrendo na região."

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Segundo Nelson Francisco Düring, os registros existentes de submarinos russos navegando perto de Portugal referem-se somente à função de escolta que eles exercem: "Mais recentemente, as atividades navais russas próximas a Portugal estão ligadas à escolta de embarcações que seguem para o Mar Mediterrâneo ou para as bases do Norte. Essas rotas são normalmente acompanhadas por submarinos. Fora disso, não se tem conhecimento de atividades isoladas de submarinos russos nessa região."

Ainda em seu discurso de posse, o Vice-Almirante Gouveia e Melo pediu aos comandantes de navios e a todos os oficiais da Marinha portuguesa para treinar ao máximo as tropas, adestrá-las e habilitá-las para vigiar o território marítimo de Portugal.   

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