"É do interesse dos Estados Unidos e seus aliados enviar forças estrangeiras para dividir a Síria em primeiro lugar. O fato de os membros da coalizão islâmica se terem tornado demasiado ativos pode indicar que eles querem chegar a tempo da divisão da Síria", disse o especialista à publicação russa Vzglyad.
"Neste caso, as forças da coalizão apoiadas pelos EUA e países do Golfo Pérsico podem atravessar a fronteira sírio-iraquiana e avançar mais para ocidente. Em resultado, eles vão acabar tomando controle sobre uma grande parte da Síria que recusarão devolver ao governo sírio", disse.
O analista político avisou também que, se os curdos sírios continuarem seu avanço contra o Daesh, o país poderá seguir o exemplo do Iraque e se tornar um estado falhado. Depois a "desintegração da Síria e uma guerra civil sem fim" contaminarão a região por muitos anos.
Estes cenários, na opinião de Sotnichenko, significam que Moscou e Damasco devem libertar a Síria do Daesh "o mais rápido possível".
O analista político também expressou a dúvida que a coalizão islâmica queira verdadeiramente ajudar aos EUA nos seus esforços contra o Daesh. Como a Arábia Saudita e seus aliados estão envolvidos no conflito no Iêmen, eles poderão somente se juntar à operação militar terrestre se os EUA exercerem pressão significativa sobre eles.
Na opinião do especialista, elas não estão interessadas em lutar ao lado de tropas dos países do Golfo Pérsico, que eram os principais financiadores do Daesh.
"A presença terrestre da coalizão islâmica na Síria e no Iraque está provavelmente fora de questão", disse Sotnichenko.
Na semana passada, o major-general saudita Ahmad Asiri, conselheiro do ministro da Defesa saudita, disse à Sky News Arábia que a coalizão islâmica liderada pela Arábia Saudita está preparada para trabalhar em conjunto com a coalizão liderada pelos EUA para lidar com o Daesh na Síria e no Iraque.