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Brasileiros fogem para os EUA em busca do 'sonho americano'

© AP Photo / Gregory BullPF desbarata quadrilha de coiotes
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A Polícia Federal desbaratou uma quadrilha de "coiotes" que atuava em diversos estados do Brasil especializada no envio de brasileiros de forma ilegal para os Estados Unidos. Batizadas de Operação Piratas do Caribe, as ações já resultaram na prisão de suspeitos na cidade de Ji-Paraná, em Rondônia (RO) e de várias em outros estados.

Os nomes dos supeitos e os estados das detenções não foram informados. A operação, deflagrada em Rondônia, Santa Catarina e Minas Gerais, faz parte das investigações sobre o desaparecimento de um grupo de 12 brasileiros nas Bahamas em novembro do ano passado. Do grupo faziam parte brasileiros das cidade de Jaru, Ji-Paraná  e Ouro Preto do Oeste, em Rondônia, que teriam embarcado para a ilha do Caribe visando à entrada ilegal nos EUA. A Polícia Federal está trabalhando junto ao Ministério das Relações Exteriores na localização dessas pessoas.

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A Sputnik Brasil ouviu o delegado da Polícia Federal em Ji-Paraná (RO), Raphael Baggio de Luca, responsável pelas investigações.

Segundo ele, a Operação Piratas do Caribe se destinou a desmantelar uma ramificação brasileira de uma organização criminosa responsável por essa intermediação de ingresso ilegal de brasileiros nos Estados Unidos. Todas as pessoas que intermediaram essas viagens ou já foram presas ou estão com mandados de prisão expedidos.

"Eles reuniam os grupos em grandes centros, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte que tinham acesso fácil ao aeroporto em voos rumos às Bahamas. Ficavam em média de 20 a 30 dias nesses grandes centros, saindo de diversas partes do Brasil e ficavam aguardando a ordem de embarque. A pessoa ia até o Panamá, numa escala, onde recebia no celular informação sobre a qual guichê nas Bahamas ele teria que se dirigir para poder ingressar. Ele (passageiro) teria que ser um dos dez primeiros a desembarcar em Nassau. Nas Bahamas, ele ia até uma casa onde aguardava a ordem de travessia. O tempo de espera dependia do tamanho do grupo de pessoas", diz Luca, explicando que a travessia era feita, em média, em grupos de 12 a 20 pessoas por barco em direção à Flórida.

Segundo o delegado, o  preço cobrado pelos "coiotes" girava em torno de R$ 60 mil por pessoa. O esquema era tão sofisticado que havia até diversas opções de parcelamento e pagamento. Alguns ofereciam a escritura da casa própria caso conseguissem entrar nos EUA, outros davam carros, motos, R$ 40 mil reais em dinheiro vivo e o restante após a travessia. As acusações aos suspeitos são de diversos crimes: organização criminosa, corrupção, ingresso de estrangeiro de forma ilegal em um país e risco à vida (morte, cárcere privado ou sequestro).

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