"A Rússia está fazendo todo o possível para contribuir para a regularização do conflito interno ucraniano. Principalmente para que a própria Ucrânia não desista destas repúblicas, pois o bloqueio absoluto destas regiões quanto ao cumprimento de obrigações sociais, pagamento de pensões, existência de infraestruturas, prova que foi Kiev quem deu as costas para Donbass. É um problema muito grave", disse Peskov ao comentar a proposta da deputada ucraniana, Nadezhda Savchenko, sobre a troca da Crimeia por Donbass.
Peskov frisou que, com o descumprimento das obrigações sociais por Kiev, os obstáculos entre Donbass e Kiev somente se intensificam.
Crimeia não é assunto aberto à discussão, afirmou o político russo.
"Para a Federação da Rússia este assunto é absolutamente indiscutível. Não discutimos o estatuto, a situação e o futuro das regiões russas, pois isso não está aberto à discursão com ninguém", disse Peskov respondendo à questão se o Kremlin está pronto para influenciar sobre repúblicas não reconhecidas para atingir o reconhecimento da Crimeia como território russo.
"[A declaração de Savchenko] não tem nada a ver com a realidade. É preciso ir para lá e perguntar às pessoas, agora a situação está ainda mais difícil… É preciso partir da opinião das pessoas, dialogar com elas. Querem isso? Perguntem-nas e compreenderão que [Ucrânia] está falando de coisas absolutamente irreais", disse Konstantinov.
A Crimeia reunificou-se com a Rússia depois do referendo realizado em março de 2014 depois do golpe de Estado na Ucrânia. Mais de 95% residentes da península votaram pela entrada na Rússia.
Quanto a Donbass, em abril de 2014, residentes de regiões de Donetsk e Lugansk, que não reconheceram a legitimidade do golpe de estado ucraniano, anunciaram a criação de "repúblicas populares". Em maio, as repúblicas citadas acima declararam a sua soberania.
Kiev não as reconheceu como repúblicas, chamando-as de "territórios ocupados".