Vale mencionar que o México, Chile e Peru são os três países da América Latina que fazem parte do TPP. O documento foi firmado em 2016, mas até agora não entrou em vigor.
"O que buscávamos com o TPP era abrir novos mercados, principalmente na Ásia. Ao saírem, os EUA deixaram os restantes países para trás. Assim, por exemplo, o Japão declarou que tal tratado não vale a pena sem os EUA", assinala Carpio.
Dorotea López, professora de economia do Instituto de Estudos Internacionais da Universidade do Chile, falou sobre eventuais consequências que a decisão de Trump poderá provocar. Segundo ela, elas "são mais de caráter político". López acrescenta que o Chile possui acordos com a maioria dos países e que as garantias do TPP não eram "significativas em termos econômicos".
De acordo com López, a decisão "fez desperdiçar a maior parte do capital político que o Chile investiu no TPP ao considerá-lo como um acordo do século. O Chile é o melhor aluno em termos de política comercial neoliberal".
No entanto, ela ressalta que o Chile, que é o principal exportador de cobre, vai beneficiar com o decorrer do tempo, caso as promessas de Trump de reavivar a economia norte-americana através da construção forem cumpridas.
"Não vale a pena se apressar. A incerteza é uma característica que define o presidente dos EUA, ainda não foi dito nada de concreto", sublinha.
Segundo López, "não o tratado de livre comércio vai ser necessariamente uma questão preocupante para Trump".
Ao mesmo tempo, a professora chilena chama atenção para o discurso do presidente chinês, Xi Jinping, proferido em Davos, que se pronunciou a favor do livre comércio.
Sendo que o Chile depende da China, é possível que a última "fortaleça suas posições" na América do Sul, conclui López.