Segundo o coordenador da Campanha de Prevenção e Combate ao Trabalho Escravo da Comissão Pastoral da Terra, Xavier Plassat, os números caíram porque a fiscalização também caiu. O coordenador afirma que nos últimos 14 anos, a média anual foi de 261 estabelecimentos fiscalizados, com base nos dados do departamento do Ministério do Trabalho. Já em 2016, foram 158 estabelecimentos fiscalizados.
“Estão faltando mil fiscais, no mínimo, no plano nacional. Então, a capacidade de resposta é muito empobrecida. Quando a gente não procura o trabalho escravo, ele não vem sozinho se manifestar", afirmou Plassat em entrevista à Agência Brasil.
Por meio da assessoria, o MTE disse que não tem conhecimento dos dados divulgados pela comissão e que não comentaria as informações.
Tentativa de reversão
O Nordeste registrou o maior número de casos, identificados pela CPT, de trabalhadores em situação análoga à escravidão, com 31% do total. Em seguida vêm o Norte (27%), Sudeste (26%), Centro-Oeste (12%) e Sul (3%).
Na tentativa de aumentar ainda mais o cerco à exploração, o Ministério da Justiça e Cidadania anunciou nesta quinta (26) o Pacto Federativo para Erradicação do Trabalho Escravo. O objetivo é promover a articulação entre os entes federados nas ações de erradicação do trabalho escravo.
*Com informações da Agência Brasil