Opinião: O extremismo religioso é a maior ameaça à Europa de hoje

© REUTERS / Christian HartmannBombeiros ajudam uma pessoa ferida perto do teatro Bataclan
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Independentemente de eventuais divergências político-ideológicas na Europa, pelo menos um tema está predominando no continente: a capacidade da União Europeia de promover sua autodefesa, abrindo mão da proteção da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e do seu principal financiador, os Estados Unidos.

O especialista em Relações Internacionais Creomar de Souza, professor da Universidade Católica de Brasília e no momento concluindo uma série de viagens de estudos pela Europa, pensa que a preocupação com a autodefesa é dominante nos países da União Europeia e está diretamente ligada ao temor das ações do terrorismo internacional.

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"Quando falamos dessa questão, é importante remeter, de fato, à origem, que é o posicionamento que Donald Trump já sinalizou várias vezes de que os EUA vão diminuir seu papel em termos de segurança europeia", afirma o especialista. "Dizer que a Europa sozinha não conseguiria arcar com sua própria segurança não é arriscado. O problema é que, uma vez que a Europa tenha que fazer esse tipo de opção, recursos hoje utilizados em outras áreas, como, por exemplo, na manutenção de políticas sociais e cooperação internacional, tendem a ser drenados para a área de defesa, e isso alimenta uma outra questão, que é o fato de que hoje a Europa ocidental tem um problema fundamental em relação ao terrorismo e às hostilidades, sobretudo com Moscou, que também colocam um quê de incerteza em um futuro sem a OTAN ou sem os EUA. Eu creio que se nós pudéssemos perguntar aos dirigentes europeus o que eles prefeririam, eles ficariam com a opção de manter as coisas como estão."

Sobre a questão de quem representa ou poderá representar ameaça militar para a Europa, o Professor Creomar de Souza acredita que "a principal ameaça militar em termos de segurança para a União Europeia hoje, fora de um escopo tradicional das relações internacionais, é o terrorismo. De certa maneira, o extremismo religioso, as próprias contradições que envolvem a construção e a internalização do elemento imigrante dentro da sociedade europeia, hoje representa o maior perigo aos europeus".

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