O doutor Emre Ersen é professor do Departamento de Ciências Políticas e Relações Internacionais da Universidade de Mármara (Turquia). Durante conversa com a rádio Sputnik, ele explicou a situação crítica a partir do seu ponto de vista:
"Atualmente, a Rússia está tentando se mostrar como mediadora entre os diferentes grupos que lutam na Síria. Para que isso aconteça, ela deve apelar aos grupos étnicos não árabes [no país] tais como curdos e turcomanos."
O documento foi apresentado aos representantes da oposição armada da Síria durante as negociações de paz, realizadas em Astana, capital do Cazaquistão, na semana passada (dos dias 23 a 24 de janeiro).
A proposta, entre muitas outras coisas, inclui a retirada da palavra "árabe" do nome oficial da Síria, que atualmente, oficialmente é chamada de República Árabe da Síria.
"Acredito que [o presidente sírio Bashar Assad] esteja consciente do que ele poderia perder como resultado desta constituição. Mas acho que ele está OK quanto a isso, pois precisamos ter em mente de que a única de manter a Síria unida… seria através da criação de uma nova república no lugar da república árabe que era dominada por árabes", disse o analista.
O entrevistado não acredita que Assad esteja mais preocupado com nacionalismo árabe, pois o importante é sobreviver.
"E para sobreviver, a melhor opção, quanto ao meu ponto de vista, é a descentralização no país", sublinhou.
"Nem os EUA nem a UE até o momento conseguiram desempenhar papel militar significativo", destacou o analista, acrescentando que, com a administração de Trump, há grandes chances de a situação mudar.