O herdeiro do trono britânico, príncipe Charles, amedronta-se ao trazer de volta memórias de uma época distante. Memórias não individuais, e sim coletivas. Durante discurso no evento de caridade do Fundo de Socorro Mundial Judaico, ele falou sobre seu medo relacionado ao esquecimento das lições da Segunda.
Palavras de ouro, ditas na hora e no lugar certo. Ótimo que tenham sido ditas pelo herdeiro do trono britânico. Pois, além dos membros da Casa Windsor perderem a memória com frequência, sempre ocupam lugar central nos escândalos que estão interligados às lições do Segundo Mundo como se tivessem desaprendido. Ou aprenderam, mas não totalmente.
Assim, em 2005, o filho caçula do príncipe Charles — príncipe Harry — chegou a uma festa à fantasia vestido com uniforme nazista. Na foto publicada pelo tabloide Sun, um rapaz de 20 anos vestido com uma farda de um oficial da tropa africana do general alemão Rommel e no braço uma suástica, posando com um copo e um cigarro. Depois, o Palácio de Buckingham explicou o comportamento do príncipe como "má escolha de fantasia". Algumas pessoas criticaram diretamente o príncipe Charles por sua falta de atenção à educação de Harry.
Em 2015, o Palácio de Buckingham teve que explicar as ações da rainha Elizabeth II. O mesmo Sun publicou um documentário da década de 30, em que a futura rainha da Grã-Bretanha, naquela época menina de 6 anos de idade, levanta sua mão em saudação nazista. Representantes da casa real disseram que a menina era muito jovem e não entendia o significado do gesto.
Enquanto isso, muitos lembraram que o tio da Elizabeth — o rei Edward VIII — já era bem adulto quando declarou publicamente sua simpatia ao nazismo. E após abdicar ao trono, juntamente com sua esposa, Edward VIII fez uma visita a Hitler. No entanto, ele não era o único em Londres que apreciava os ideais nazistas. Antes da Segunda Guerra Mundial, muitos aristocratas britânicos, bem como industriais, apreciavam profundamente os nacional-socialistas — nazistas — alemães. Com quem mantinham ligações, inclusive comerciais. E juntos sonharam levar a máquina militar alemã para o Oriente.
A memória é uma coisa importante. As lições das aulas de história não devem ser esquecidas por ninguém.
As opiniões foram expressas por Svetlana Kalmykova e publicadas no site do serviço russo da rádio Sputnik