Essa notícia permite dar uma nova olhada nas perspectivas de desenvolvimento das forças nucleares chinesas, opina Vasily Kashin, especialista russo em questões militares.
Em entrevista à Sputnik China, ele informou que, apesar da elaboração do novo míssil de combustível sólido DF-41 capaz de portar uma ogiva com guiamento automático, futuramente, não se espera que sejam retirados de linha os mísseis com combustível líquido. A China está destinando mais recursos à criação de novas versões dos mísseis DF-5. Atualmente o país dispõe de 20 mísseis deste modelo.
"As vantagens do DF-5 são evidentes. É um míssil potente de combustível líquido com massa inicial de 183 toneladas. Suas capacidades energéticas são tão altas que permitem criar, com base nele, uma família inteira de foguetes portadores. É capaz de levar a ogiva potente com dez blocos e meios para superar sistemas de defesa antimíssil", explica Kashin.
Mas o DF-5 também tem seus lados negativos. Segundo o especialista, o míssil não é móvel e são instalados em túneis e sistemas de lançamento subterrâneos, demorando muito seu preparo para disparo – entre 30 e 60 minutos.
Hoje, o DF-5 não é o único míssil da China capaz de alcançar o território dos EUA. Os sistemas móveis DF-31 e DF-41 também representam perigo, assinala Kashin.
E não é só isso. A China está desenvolvendo o seu próprio sistema de prevenção de ataque nuclear e o sistema estratégico de defesa antimíssil (DAM). O especialista prevê que, após a elaboração de várias versões, o tempo em que o míssil é acionado seja consideravelmente reduzido.
"Juntamente com a instalação dos elementos de prevenção de ataque nuclear e da DAM, a China poderá ter uma chance real de usar estes mísseis para ataque preventivo. Considerando a semelhança destes mísseis com a estrutura de foguetes portadores da família CZ-2, a indústria chinesa poderá passar a produzir entre 10 e 15 mísseis deste tipo por ano", antecipa o especialista russo.
Assim, há cada vez mais razões para esperar um progresso impressionante da China que a aproximará ao nível dos EUA e Rússia nos próximos anos em termos de capacidade das forças nucleares, o que poderá levar a mudanças sensíveis do jogo no Círculo Pacífico.