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Reduzir barreiras Brasil-Argentina: algo tão difícil como passos de tango

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A visita do presidente Maurício Macri ao Brasil a partir desta terça-feira, 7, abre um amplo leque de expectativas junto ao empresariado dos dois países que há tempos se empenham em reduzir os entraves comerciais. Entre os empecilhos estão o tempo para emissão de licenças não automáticas de exportação e as barreiras fitossanitátias impostas.

Na pauta de discussão entre Macri e o presidente Michel Temer certamente estará o acordo automotivo, que prevê livre comércio do setor entre os dois países a partir de 2020, mas que ainda depende de alguns ajustes.  A Argentina é hoje, depois de Estados Unidos e China, o terceiro parceiro internacional mais importante do Brasil.

Segundo dados do Ministério das Relações Exteriores, o comércio entre os dois países entre 2003 e 205 passou de US$ 9,2 bilhões para US$ 23 bilhões, uma alta de 150%. Em igual período, os embarques brasileiros para a Argentina saltaram de US$ 4,5 bilhões para US$ 12,8 bilhões, com destaque para veículos, mineração, siderurgia, indústria petrolífera, têxtil, calçados e máquinas agrícolas.

Para o presidente do Conselho da Câmara de Comércio Argentino Brasileira, Alberto Alzueta, a expectativa é muito grande.

"Durante os últimos 12 anos, tanto dos governos Kirchner quanto dos do PT, a relação tinha virado para um viés político e ideológico. Isso, de modo geral, não só travou algumas importações e exportações como escondeu um pouco o problema que existia. A Argentina em determinado momento ficou com grande dificuldade de gerar divisas por causa das políticas que tinham sido levadas a cabo, principalmente na área de energia. O Brasil também se ressentiu de toda essa situação e começaram travas que não estavam previstas", analisa o dirigente.

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Para Alzueta, hoje a relação entre os dois países é mais estratégica, o que permite um trabalho conjunto na parte de integração comercial, de interação de investimentos e de promoção de negócios. 

"Aqueles viés bolivariano da relação é agora de interesse político e comercial entre dois países ou quatro quando falamos de Mercosul no qual nunca deviamos ter deixado de avançar", diz Alzueta.

Para o presidente do conselho da Câmara, quando começou a relação, a balança Brasil-Argentina saiu de um volume de US$ 1 a US$ 2 bilhões há vinte anos até quase US$ 40 bilhões em 2014. 

"Era possível continuar crescendo, mas esse tipo de travas que foram colocadas, como licenças não automáticas e outras medidas, fizeram com que esse volume parasse de crescer. Atribuímos essa paralisação à deterioração da confiança de empresas e investidores, porque não havia uma visão clara do que teríamos pela frente, que tipo de mercados e políticas seriam adotadas. Hoje já se vê outro tipo de rumo que ainda não está produzindo os efeitos que todos esperamos. Isso se deve ao fato de que a crise e a deterioração da economia dos dois países foram muito graves. Podemos esperar em ter uma interação muito mais consistente."

Segundo Alzueta, o que está faltando nos dois países é a confiança. 

"Sem confiança não existem investimentos e sem investimentos não existe diminuição dos índices negativos de mão de obra. O foco dos dois países deve ser aumentar o trabalho com carteira assinada." 

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