Além das motos, o macacão especial era de extrema importância para os participantes. A arquibancada estava cheia de fãs; a vestimenta deles: pompons, casacos e botas de inverno. O dia da competição foi marcado por temperaturas de dez graus negativos. Frio? Muito, mas ninguém reclamou.
Neste ano, a Copa de Valery Chkalov, realizada pela quinta vez, bateu recorde no número de participantes e espectadores. A competição contou com atletas de 12 regiões russas.
"Motocross é, provavelmente, o esporte mais masculino, diz comentarista. É nele, mais do que no boxe e em outras modalidades de artes marciais, que se manifesta a verdadeira natureza masculina."
Motocross une adrenalina, paixão pelo risco, gana de vencer e resistência a condições árduas.
Essas qualidades faziam parte de Valery Chkalov — piloto soviético legendário e um dos fundadores da escola de acrobacia aérea russa. Assumir grandes riscos e desafios, mais difíceis que os atuais, era tarefa dos pilotos da década de 30. Não esqueçamos do trabalho em equipe, que foi graças à ajuda recebida de muitos que Chkalov conseguiu atravessar o Polo Norte rumo aos EUA em tempo recorde. Além disso, o piloto soviético era um apaixonado por motocross. Quando faleceu, em 1939, a primeira corrida de inverno entre motociclistas radicais recebeu seu nome. A enorme e preciosa taça de porcelana é dada ao vencedor até os dias atuais.
Neste ano, três gerações participaram da competição: a idade dos atletas variou entre 14 e 63 anos. Muitas pessoas acompanharam de perto a corrida. Vovôs levaram seus netos para ver o show e a criança fez a festa.
Governador da região de Moscou, Andrei Vorobyev, presenteou um ônibus ao clube Gallaks, ganhador deste ano. Os membros do clube voltaram para casa no presente recebido.
Depois da corrida, a nostalgia dominou muitos, outros ficaram insatisfeitos com o resultado. "Não quero falar sobre a perda", disse um competidor, acrescentando que, com certeza, no próximo ano, estará mais uma vez competindo em busca da taça Valery Chkalov.