Primeira explosão nuclear ajuda cientistas a revelar segredos do nascimento da Lua

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Traços de raríssimos isótopos de zinco, que foram encontrados no lugar da explosão da primeira bomba nuclear, ajudaram cientistas a provar que a matéria lunar se originou através do impacto entre o planeta Terra e um antepassado, sendo liberada, posteriormente, para o espaço, diz artigo da revista Science Advances.

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"Revelamos que a vaporização de rochas a altas temperaturas, que são características do processo de formação de planetas, resulta na redução de elementos leves e aumento de elementos pesados de isótopos para composição de restos ‘materiais planetários de construção'. Há muito tempo vínhamos suspeitando disso, mas somente agora temos provas concretas desta hipótese", declarou James Day, pesquisador da Universidade da Califórnia em San-Diego (EUA), em seu artigo publicado pela revista Science Advances.

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Nos últimos 30 anos, acreditou-se que o surgimento da Lua estaria ligado ao impacto entre Theia, o astro protoplanetar, e a Terra, quando esta ainda era apenas um "embrião". A colisão resultou na liberação de matéria do Thea e da proto-Terra ao espaço. Graças à matéria liberada, a Lua foi formada. A teoria da colisão da proto-Terra com o grande astro celeste explica as pequenas quantidades de ferro em seus subsolos da Lua, bem como sua massa e outras características do satélite natural da Terra.

Sendo assim, a maioria da material da Lua deveria ter sido provida de Theia, resultando, assim, na distinção das composições da Terra e da Lua. Distinguindo-a também de muitos outros astros do nosso Sistema Solar que são compostos por planetas telúricos e asteroides. Mas, na verdade, as composições da Lua e da Terra são muito parecidas.

Atualmente, planetólogos explicam tal semelhança através do grande impacto da Terra e Theia, fazendo com que a Lua surgisse da mistura de rochas terrestres e de Theia. Segundo os pesquisadores, após essa "catástrofe espacial", grande parte da matéria da futura Terra se evaporou, ficando alocada no espaço durante muito tempo. Mas essas explicações não passavam de teorias.

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Day e seus colegas conseguiram encontrar provas ao estudar um dos eventos mais sérios da nossa época — a experiência Trinity, primeiro teste nuclear da história, conduzido pelos Estados Unidos em 16 de Julho de 1945.

Foram explodidas cerca de 20 quilotoneladas de TNT, responsável pelo aumento de temperatura no seu epicentro e nos arredores que atingiu 1,3 mil graus Celsius e da pressão atmosférica 2.000 vezes mais alta do que a habitual, aproximando-se das condições de formação da Lua. Com a análise e registro detalhados das rochas encontradas no lugar da explosão, os pesquisadores acreditam ter encontrado um ambiente "simulador" do nascimento da Lua.

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Segundo os geólogos, primeiramente, eles estavam interessados em analisar a mudança de compartimento dos átomos leves e pesados encontrados nas rochas durante sua evaporação e desaparecimento no espaço como resultado da colisão entre a Terra e Theia. Para responder a essa questão, os pesquisadores comparam a quantidade de isótopos nas rochas "trinity", formadas no epicentro da explosão. Revelou-se que a quantidade de isótopos pesados é mais alta no epicentro, ao mesmo tempo, isótopos leves possuem baixos níveis na mesma região estudada.

As rochas da Lua apresentam composição química semelhante, afirmam os cientistas que estudaram o solo do satélite natural trazido pelos astronautas da expedição Apollo.

"Assim, é evidente que as rochas da Lua se evaporaram no decurso da colisão com Theia, seu antepassado. Isso prova a teoria reconhecida da sua formação. Conseguimos tirar proveito de um evento histórico destruidor, que, mesmo tendo mudado o rumo de desenvolvimento da civilização para sempre, contribui para a ciência com dados exclusivos e extremamente importantes sobre o passado longínquo", concluiu Day.

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