Em sua carta, Mohammad atribui à culpa dos atentados de 11 de setembro a Washington, que, segundo ele, possui uma política externa que "matou pessoas inocentes em todo o mundo".
Comentando os acontecimentos de 11 de setembro, Mohammad também frisa que não foi seu povo "que iniciou a guerra contra eles [os EUA]". Segundo o autor, foram "eles próprios [EUA] e seus ditadores no nosso país [Afeganistão]".
Ao se dirigir ao 44º presidente dos EUA, Khalid Shaikh Mohammad o considera um "cabeça de serpente" e presidente de um "país de opressão e tirania".
O principal arquiteto dos ataques de 11 de setembro, de acordo com Washington, não tem medo nem da pena de morte nem da prisão perpétua e frisa que "nunca pedirá piedade".
"Prazerosamente, permanecerei sozinho na solitária rezando para Alá pelo resto da minha vida e confessando todos os meus pecados. E se seu tribunal me condenar à morte, então com mais prazer encontrarei Alá e os profetas, vou encontrar meus amigos que foram mortos injustamente por vocês em todo o globo, e verei o sheik Osama bin Laden", exclamou.
Khalid Shaikh Mohammad, de origem kuwaitiana, também enumera as ingerências dos EUA no exterior, "do Iraque e Irã ao Vietnã e Hiroshima".
De acordo com o advogado do prisioneiro de Guantánamo, ele começou a escrever a carta ainda em 2014, quando Israel estava travando uma operação militar na Faixa de Gaza. "Violência em Gaza" foi um dos motivos para escrever o recado ao ex-presidente. No início, Mohammad diz a Obama que "as mãos [de Obama] ainda estão manchadas de sangue dos nossos irmãos, irmãs e crianças que foram assassinados" no Oriente Médio.