Em janeiro de 2013, Berlim anunciou que planejava armazenar em seus próprios cofres, quase metade das 3.378 toneladas em reservas de ouro da Alemanha, ficando a outra metade em Nova Iorque e Londres. Segundo o plano original, o banco central alemão transferiria 300 toneladas do metal precioso de Nova Iorque e 374 toneladas de Paris para uma instalação em Frankfurt em 2020.
Mas o banco acelerou sua programação, completando a transferência do restante das 111 toneladas de ouro do Federal Reserve em Nova Iorque em setembro de 2016.
"As transferências foram realizadas sem quaisquer interrupções ou irregularidades", de acordo com Carl-Ludwig Thiele, membro do conselho executivo do Bundesbank, como é chamado o Banco Central do país.
Thiele acrescentou que a presidência de Trump não foi um fator no movimento, e que o Bundesbank tinha uma "relação de confiança" com o Fed de Nova Iorque.
De modo a armazenar metade das reservas mundiais de ouro em casa, a Alemanha tem mais 91 toneladas a serem devolvidas de Paris, e pretende fazê-lo até o final de 2017.
Durante a Guerra Fria, a Alemanha Ocidental depositou a maior parte de seu ouro no exterior, temendo que pudesse cair nas mãos da União Soviética. Outra razão era ter ativos próximos aos mercados de moeda estrangeira em Londres, Paris e Nova Iorque, onde o ouro é negociado.
Uma das razões por trás da recente mudança de retorno pode ser que muitas outras nações, predominantemente no Leste Asiático, fizeram grandes mudanças em direção a um mundo mais multipolar, não totalmente dependente da moeda americana.