A Itália coloca em risco toda a Europa, escrevem ansiosamente os jornalistas britânicos do The Times, Tom Kington e Bel Trew, discutindo a recente iniciativa de Roma: chamar a Rússia para a regulação na Líbia. Os sentimentos dos italianos têm uma explicação: são eles quem recebe os migrantes que chegam à Europa através do mar Mediterrâneo — partindo dessa mesma Líbia. A Europa, obviamente, não é capaz de resolver o problema — realmente, como pode ela fazê-lo na ausência de uma política única de migração? Por isso, aqueles que sofrem mais decidiram apelar àqueles que já têm experiência na resolução de problemas regionais.
Assim, para que a Rússia e a Europa possam cooperar plenamente na questão da Líbia, primeiro tem que ser elaborado, pelo menos, um plano geral e perceber quem apoia quem. Aliás, até a própria mídia dos EUA escreve que será muito mais fácil encontrar uma linguagem comum na questão da Líbia do que na da Síria. A agência Bloomberg, por exemplo, explica isso dizendo que Washington tem os mesmos interesses que Moscou: vencer a crise migratória e o terrorismo. Já tendo em conta o fato de que em um país sem governo único e sob controle parcial do Daesh a situação, de qualquer das formas, permanece fluida, existe uma certa pressa. Neste contexto, a iniciativa italiana, que exorta a Rússia a intervir na crise líbia, é bastante compreensível.
Baseado no artigo de Maria Balyabina para o serviço russo da Rádio Sputnik