Mas, pelo visto, a situação é bem diferente, pois, desde outubro de 2016, os militares estão travados no mesmo lugar em Mossul onde o exército iraquiano apoiado pelo Ocidente, inclusive por forças especiais francesas, sofre fortes perdas em combates urbanos.
Raqqa é uma cidade importantíssima para o Curdistão sírio e a Turquia não pretende deixá-la para os curdos.
Em entrevista à Sputnik França, Richard Labévière, cientista político e ex-editor-chefe da Radio France Internacionale (RFI) informou que o "objetivo operativo e militar de Ancara numa perspectiva de curto prazo é, obviamente, impedir a criação do território curdo na Síria".
"Claro que depois de Aleppo os norte-americanos estão fazendo todo o possível, inclusive brandindo a bandeira em seu apoio, ou contra eles com apoio dos turcos, para promover o seu plano no âmbito das negociações em Genebra que se realizarão dentro de alguns dias, no qual a divisão do país deverá servir de solução para a Síria", acha Labévière.
Ao longo dos últimos dias, o Exército Livre da Síria, com apoio das forças curdas, realiza duros combates perto de Al-Bab, e o exército sírio se juntou ao sítio da cidade. Tal situação era inimaginável há meio ano quando a Turquia e os seus aliados da Arábia Saudita apoiavam grupos mais extremistas tentando derrubar o governo sírio.
"Em termos diplomáticos, a França está 'desligada' completamente, pois o país passou ao lado da Arábia Saudita por causa de transações, balanço comercial e por razões internas", sublinha.
O fato de Paris não estar presente em Astana, no Cazaquistão, é mais uma prova de que a chancelaria francesa não participa das negociações sobre a Síria, conclui o cientista político francês.