Bombas de Kiev mataram sua família, Itália lhe devolveu possibilidade de abraçar os filhos

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Anna Tuv em Milão - Sputnik Brasil
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Em 26 de maio, em resultado de um bombardeio pelo exército ucraniano da cidade de Gorlovka, Anna Tuv perdeu a casa, o marido e uma filha pequena. Para além disso, Anna ficou gravemente ferida em um braço, que teve que ser amputado.

Agora Anna se encontra na Itália, onde passa por uma série de tratamentos para receber uma prótese biônica. Ela falou sobre sua nova vida a Eliseo Bertolasi, correspondente da Sputnik Itália.

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"Estou muito feliz por estar aqui. Foi um grande sonho que depois de ano de esforços se tornou realidade. Não pude viajar logo para Itália por causa da burocracia, fui perseguida pelo governo ucraniano por motivos políticos. Até apelei para o Tribunal de Estrasburgo [Tribunal Europeu dos Direitos Humanos], porque de fato a Ucrânia agiu ilegalmente, usou armas proibidas para destruir a minha família, tentou me matar, em resultado eu e os meus filhos ficamos feridos".

Anna conta que recebeu ajuda de Ennio Bordato, presidente da associação "Ajudem a Salvar as Crianças" (Aiutateci a salvare i bambini), que se dirigiu sem resultado várias vezes às organizações internacionais até que, graças a ajuda da Embaixada russa em Roma, recebi novos documentos e estatuto de refugiada na Rússia.

A vítima dos ataques ucranianos sublinha que, por parte de Kiev, ninguém lhe chamou para expressar condolência ou oferecer ajuda. Os meios para pagar a prótese foram recolhidos por italianos.

"Graças a eles estou aqui em Budrio, no melhor centro europeu de reabilitação, o INAIL. Cheguei a Itália com minha mãe e duas crianças pequenas. Estamos felizes, a minha vida logo vai melhorar, serei capaz de abraçar os meus filhos de novo, trabalhar, sustentar a minha família".

© Foto / Foto de Anna TuvAnna Tuv com sua nova prótese
Anna Tuv com sua nova prótese - Sputnik Brasil
Anna Tuv com sua nova prótese

Sendo a única pessoa que pode sustentar a família, Anna considera muito importante esta possibilidade de recuperar o braço.

"Quero agradecer a todos que participaram da coleta de dinheiro para mim, e agradeço a todos que contaram minha história, porque assim mais pessoas ficaram sabendo e conseguiram me ajudar", diz Anna.

Mas o braço artificial nunca poderá substituir todas as perdas que Anna sofreu. Lá em Gorlovka, nos bombardeios, morreram seu marido e sua filha.

"Perdi o meu marido e a minha filha…esta dor nunca vai passar, não posso descrevê-la com palavras. Mas esta dor não me quebrou, eu faço tudo para ajudar a todos os que também sofrearam. Juntos nós podemos superar a guerra e conseguir a paz. Nenhum dos moradores de Donbass quer esta guerra, todos sonham em viver em paz", confessa Anna Tuv.

A casa de Anna em Gorlovka foi completamente destruída, obrigando a mulher a deixar a cidade e a viver na Rússia. Ela recebe notícias, as pessoas escrevem e contam que vivem em um pavor permanente, a maioria se esconde nos porões, a vida deles se tornou um inferno.

"Cada dia as áreas habitadas estão sob fogo de artilharia, há tanques em Avdeevka. Os mineiros estão nas minas e não podem subir. Conheço pessoalmente 34 pessoas (11 delas são crianças) que passaram a viver nos porões com animais domésticos, porque não podem aguentar os bombardeios permanentes", concluiu Anna.

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