Agora Anna se encontra na Itália, onde passa por uma série de tratamentos para receber uma prótese biônica. Ela falou sobre sua nova vida a Eliseo Bertolasi, correspondente da Sputnik Itália.
Anna conta que recebeu ajuda de Ennio Bordato, presidente da associação "Ajudem a Salvar as Crianças" (Aiutateci a salvare i bambini), que se dirigiu sem resultado várias vezes às organizações internacionais até que, graças a ajuda da Embaixada russa em Roma, recebi novos documentos e estatuto de refugiada na Rússia.
A vítima dos ataques ucranianos sublinha que, por parte de Kiev, ninguém lhe chamou para expressar condolência ou oferecer ajuda. Os meios para pagar a prótese foram recolhidos por italianos.
"Graças a eles estou aqui em Budrio, no melhor centro europeu de reabilitação, o INAIL. Cheguei a Itália com minha mãe e duas crianças pequenas. Estamos felizes, a minha vida logo vai melhorar, serei capaz de abraçar os meus filhos de novo, trabalhar, sustentar a minha família".
Sendo a única pessoa que pode sustentar a família, Anna considera muito importante esta possibilidade de recuperar o braço.
"Quero agradecer a todos que participaram da coleta de dinheiro para mim, e agradeço a todos que contaram minha história, porque assim mais pessoas ficaram sabendo e conseguiram me ajudar", diz Anna.
Mas o braço artificial nunca poderá substituir todas as perdas que Anna sofreu. Lá em Gorlovka, nos bombardeios, morreram seu marido e sua filha.
"Perdi o meu marido e a minha filha…esta dor nunca vai passar, não posso descrevê-la com palavras. Mas esta dor não me quebrou, eu faço tudo para ajudar a todos os que também sofrearam. Juntos nós podemos superar a guerra e conseguir a paz. Nenhum dos moradores de Donbass quer esta guerra, todos sonham em viver em paz", confessa Anna Tuv.
A casa de Anna em Gorlovka foi completamente destruída, obrigando a mulher a deixar a cidade e a viver na Rússia. Ela recebe notícias, as pessoas escrevem e contam que vivem em um pavor permanente, a maioria se esconde nos porões, a vida deles se tornou um inferno.
"Cada dia as áreas habitadas estão sob fogo de artilharia, há tanques em Avdeevka. Os mineiros estão nas minas e não podem subir. Conheço pessoalmente 34 pessoas (11 delas são crianças) que passaram a viver nos porões com animais domésticos, porque não podem aguentar os bombardeios permanentes", concluiu Anna.