"Esta descoberta nos leva a um santo Graal da ciência de materiais, a busca do azoto polímero, um material ideal de alta energia. O nosso grupo elaborou uma série de pesquisas ligadas a polinitritos de metais. Como se verificou, esta é uma classe prospetiva de elementos de alta energia que exige uma pressão mais baixa do que o azoto polímero", acrescentou o cientista russo Artyom Oganov.
Todos os explosivos de alta qualidade, incluindo plastídio e trotil, contêm azoto. Durante uma explosão os átomos de azoto se reúnem numa molécula estável N2 emitindo grande quantidade da energia.
À medida que aumenta a quantidade de átomos de azoto na matéria química, aumenta a energia libertada durante a explosão. Por isso, o explosivo mais potente será o que consiste apenas de átomos de azoto (que quase não forma outras combinações durante a explosão).
Em 2004, essa matéria foi obtida pelo cientista russo Mikhail Eremts à pressão de mais de milhão de atmosferas, o que não permitia sua utilização prática. Assim, os cientistas começaram buscando vias para diminuir a pressão da polimerização do azoto.
"Em combinação com outros elementos, o azoto pode se polimerizar a uma pressão mais baixa: o polinitrito de crômio CrN4 pode ser obtido a pressão ainda mais baixa, e este ainda não é o limite. Os químicos estão aspirando efetuar a síntese do azoto polimérico em grandes quantidades. Nós propusemos uma classe de compostos que pode tornar esse sonho realidade", adianta Oganov.
Estas substâncias descobertas são semelhantes ao azoto polímero na sua estrutura. Entretanto, eles se formam à pressão relativamente baixa de 220 mil atmosferas para o nitrito de háfnio e de 150 mil atmosferas para o nitrito de crômio.