Segundo a empresa norte-americana de serviços financeiros Morgan Stanley, o rendimento médio de um chinês aumentará para $ 12.900 (enquanto agora é de $ 8.700) em 2027. Assim, até 2027 a cota da classe média crescerá 12% e constituirá 19,5% (em 2015 era de 7,5%), enquanto a parcela das pessoas com baixos rendimentos se reduzirá de 40% a 28%.
Entretanto, a reforma será concentrada na reorientação das capacidades de produção em direção à demanda interna. Atualmente, a economia chinesa depende 85% do comércio externo.
"Os chineses pretendem reorientar a economia para a demanda interior, por isso eles começaram prestando atenção aos rendimentos da população. Atualmente, na China existe uma brecha entre classes sociais – cerca de 60% dos chineses recebem menos de $ 2,5 mil por ano, enquanto o rendimento declarado dos cidadãos ‘privilegiados’ é superior a $ 55 mil. Com a brecha existente nos salários, o poder de compra dos chineses não atingirá um nível comparável ao da Coreia do Sul ($ 16.500) antes de 2035-2040", afirmou o professor da Universidade de Chicago Harold Pollack ao canal de TV RT.
Por sua vez, a Morgan Stanley acredita que as reformas permitirão à China se juntar aos países com o alto nível de rendimentos. Por exemplo, dentro de 10 anos, a renda dos chineses será comparável à dos poloneses, cuja renda foi entre $ 13.600 e $ 14.500 em 2015.
O que acontecerá com o 'Fabricado na China'?
"Atualmente, mais de 75% de todos os aparelhos eletrônicos são produzidos em fábricas chinesas com custos mínimos. Se o Estado obrigar os empresários a pagar um salário digno aos cidadãos, os preços poderão crescer mais de 20-25%", afirmou ao RT o doutor em Economia e professor da University College London, Ian Prestone.
Ao mesmo tempo, o elevado custo da força de trabalho fará os investidores retirar seus fundos da economia chinesa. Segundo a Goldman Sachs, em 2016, os empresários estrangeiros já retiraram um número recorde em oito anos – $ 290-300 bilhões, transferindo seus negócios para os países "mais baratos" – Vietnã, Camboja, Bangladesh e Tailândia.