"Nos meses seguintes, o cometa ficará em maior risco. Em meados de março ele se aproximará ao máximo do Sol, e em seguida vai iniciar a viagem de volta para o reino de Júpiter, um dos principais "assassinos" de cometas no Sistema Solar. A aproximação do Sol neste ano e de Júpiter em 2025, se ele sobreviver a um encontro com o nosso astro, vai expor o núcleo do 73P à influência de forças poderosas de atração de uma estrela e de um planeta gigante. Parece que eles já começaram a dividi-lo pela metade", disse Paul Cox do Observatório Slooh.
O cometa 73P/Schwassmann-Wachmann foi descoberto pelos astrônomos alemães Arnold Schwassmann e Arno Wachmann em 1930, e até o início do milénio, não tinha atraído a atenção dos cientistas. Ele se movimenta habitualmente nas órbitas da Terra e de Júpiter, periodicamente se aproximando do Sol a cada cinco anos e quatro meses e visitando as cercanias da Terra a cada 16 anos.
Este processo, como observa Cox, poderia ter começado hoje — como mostram as imagens, obtidas pelos astrônomos do Observatório Slooh no fim da semana passada com a ajuda de seus telescópios no Chile, o núcleo do cometa começou a dividir-se em duas metades durante a sua última aproximação à Terra.
Os cientistas continuam a monitorar o destino do 73P usando telescópios no Chile e vários observatórios no Havaí. Por si só, o cometa Schwassmann-Wachmann não representa nenhuma ameaça para a Terra, mas observá-lo pode ajudar os cientistas a prever melhor o tempo de vida dos cometas e como suas órbitas mudam na interação com o Sol e os planetas gigantes.