Em Paris, Raimondi também participou de uma conferência realizada pela embaixada brasileira convocada para dissipar os temores dos europeus, principalmente dos franceses, de que um acordo com os países-membros do Mercosul possa acarretar prejuízos a setores sensíveis da economia da UE, como a agropecuária. A confiança de que o diálogo dessa vez pode avançar de forma rápida foi a decisão tomada por ambas as partes de realizar um novo encontro, em fins de março, desta vez em Buenos Aires.
Ságuas Moraes, deputado federal pelo PT-MT e membro da bancada brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul) também se mostra otimista.
"A gente percebe que agora esse acordo, que vem sendo negociado há mais de 20 anos, foi intensificado nos últimos quatro anos e com os Estados Unidos ficando de costas para o resto do mundo isso vai facilitar que o Mercado Comum Europeu possa buscar novos aliados como o Mercosul. Acredito que com esses fatores a gente possa aumentar nossos aliados no mercado internacional e garantir que o Mercosul se fortaleça ainda mais", diz o parlamentar.
Com relação às menores resistências que a França vem demonstrando nas negociações, Moraes lembra que a postura francesa será determinante para assinatura do acordo.
"A França é um dos países mais importantes dentro do Mercado Comum Europeu e, quando da sua constituição, reivindicou o monopólio de vários produtos como o vinho, por exemplo. Aceitou que Portugal pudesse continuar fabricando o Vinho do Porto, mas de forma artesanal em pequenas quantidades. Reivindicou o monopólio do leite e de vários outros produtos do agronegócio. A tudo que pudesse ameaçá-la ela colocaria restrição. Estando mais aberta com certeza o acordo fluirá com muito mais intensidade."