Segundo diz Marran, a Rússia pode usar o chamado método "armadilha de mel", quando os serviços secretos mandam uma mulher para provocar brigas nos bares, com o fim de apresentar os militares britânicos como hooligans e organizar provocações para obter acesso às suas contas nas redes sociais e, depois, procurar informações que possam ajudar na chantagem.
"Já estamos vendo isso. Há conversas de que a população local não está muito contente com estes militares. Serão 800 jovens militares britânicos. Eles vão viajar das bases para as cidades. Provavelmente, vão visitar bares. Não podemos excluir a hipótese de algumas brigas, que podem ser iniciadas pela equipe opositora, como lhe chamamos na Estônia. Por exemplo, clássicas ‘armadilhas de mel' e assim por diante", afirmou Marran em uma entrevista ao jornal britânico.
De acordo com a edição, as autoridades estonianas e britânicas, ao longo dos meses, têm discutido o perigo dos militares britânicos "serem envolvidos em jogos de espionagem da Guerra Fria". O fato de 4 mil soldados da OTAN estarem presentes na Europa pode ser uma "boa oportunidade para que Moscou crie uma imagem falsa da agressão ocidental através da divulgação de notícias falsificadas por mídias do Kremlin", frisou Marran ao The Times.
O chefe da inteligência externa estoniana também afirmou que a Rússia estaria alegadamente tentando influenciar as próximas eleições na França, Alemanha e Países Baixos.
"É possível que se usem ciberespionagem, campanhas de desinformação, chantagem baseada nos dados roubados", assinalou.
A Rússia tem sido muitas vezes acusada de tentar influenciar as eleições nos países ocidentais sem serem apresentadas quaisquer provas. Moscou tem rechaçado todas estas acusações.
Em julho de 2016, durante a cúpula do bloco em Varsóvia, foi decidido enviar um batalhão internacional da OTAN para a Lituânia, Letônia, Estônia e Polônia, com o fim de "reforçar o flanco Leste".