Vitaly Churkin representou a Rússia nas Nações Unidas desde o ano de 2006, ou seja, foi o diplomata que mais tempo esteve em representação do seu país na história do Conselho de Segurança. Durante este período, ele respondeu a centenas de perguntas dos jornalistas.
"Virtuoso da diplomacia, o embaixador Churkin era muito engenhoso, respondia rapidamente aos comentários mordazes que lhe eram dirigidos quando usava o veto na questão da Síria. Ele também tinha relações cordiais com os seus oponentes, excluindo a Ucrânia. Sua opinião sempre era procurada, a despeito de as pessoas concordarem com ele ou não. A falta dele será muito sentida."
James Bays, o correspondente sênior da versão do canal Al Jazeera em inglês na ONU, contou:
"Era evidente que até os opositores da Rússia na sala de reuniões do Conselho de Segurança da ONU sentiam respeito pela inteligência, capacidades e conhecimento de todos os procedimentos da ONU que o embaixador Churkin demonstrava. No ano passado, ele me criticou ferozmente por uma pergunta sobre a política [russa] na Síria. Em outro dia, ele falou [comigo] da mesma forma amigável de sempre. Parece que ele nunca considerava estas questões como algo pessoal."
Outro jornalista conhecido, Louis Charbonneau, que foi chefe do departamento da Reuters na ONU até 2016, afirmou que "embaixador Churkin era sagaz, espirituoso e apaixonado. Ele nunca evitou os correspondentes após as reuniões do Conselho de Segurança da ONU… Ele podia responder de modo duro se não gostasse da pergunta ou se não estivesse de acordo com ela. Eu fui bronqueado por ele muitas vezes".
A correspondente especial da Agence France-Presse na ONU, Carole Landry, partilhou:
"Na ONU, fiquei perplexa com sua disponibilidade para comunicar com os jornalistas, ele passou bastante tempo respondendo às perguntas sobre a política da Rússia de modo bem escrupuloso. Ele era intransigente e parecia que aqueles que o tentavam encurralar logo se davam conta que não havia iguais a Vitaly Churkin."
Muitos jornalistas, por exemplo, Margaret Besheer, da Voz da América, ressaltaram: havia muitos (no meio da mídia ocidental) que não estavam de acordo com suas ideias e posturas, mas todos reconheciam sua inteligência colossal e profissionalismo. Era alguém que muito dificilmente se pode substituir.