No início do primeiro mandato do presidente Barack Obama, o então diretor da CIA Leon Panetta sublinhou que o uso de aeronaves não tripuladas era a única forma de combater os terroristas no Paquistão sem que os EUA sofressem baixas. As palavras de Panetta faziam referência aos insucessos sofridos durante as operações dos EUA no Afeganistão e no Iraque.
Nos EUA, os militares responsáveis por pilotagem à distância destas aeronaves não tripuladas, ou seja, os operadores de drones, recebem treinamento especial, embora este seja totalmente insuficiente e irrelevante, já que nunca se pode ser preparado para o fato de que eles terão que matar outros seres humanos, declarou à Sputnik Brandon Bryant.
"Ironicamente, não se prepara uma pessoa para fazê-lo… De fato, lá ensinam como dirigir as máquinas, nada mais. A propósito, tínhamos voos de teste que consistiam no seguinte: sobrevoar a Área 51 em busca de alguma pedra que servisse de alvo e destruí-la completamente com lazeres e mísseis. Nunca nos prepararam para caçar pessoas, mas na realidade é isso que temos feito. Rastreamo-los como se fossem animais selvagens", recordou o ex-piloto da Força Aérea americana.
Enquanto os operadores gerenciavam estes veículos se pareciam cada vez mais com "robôs-assassinos". Os superiores hierárquicos consideravam estas operações como uma diversão.
O ex-militar confessa que queria "se encaixar, ser um deles, estar orgulhoso" do seu trabalho, mas ao abandonar seu posto se deu conta de que "eles não sabem o que é a honra e a dignidade e não compartilham os valores do Exército".