Jakob Reimann expressa a opinião, no seu artigo publicado na revista Der Freitag, de que, desde o fim da Guerra Fria, a Aliança "está passando por uma crise de identidade".
O autor sublinha que, depois da desintegração do Pacto de Varsóvia, o bloco se tornou "um resquício do passado". Na realidade, a dissolução oportuna da OTAN poderia ter virado uma das maiores contribuições para a paz.
"Tivemos a única chance na nossa história de começar o desarmamento total, iniciar a desmilitarização universal", escreve Reimann. Mas a Aliança rejeitou o "caminho pacífico" e isto é confirmado pelos números: os países do bloco são responsáveis por 60% de todos os gastos militares do mundo.
Reimann acredita que a Aliança busca premeditadamente pretextos para o agravamento das relações com a Rússia. A cooperação militar com a Geórgia e Ucrânia, bem como a inclusão dos países balcânicos na sua esfera da influência provocam uma preocupação natural por parte das autoridades russas. Contudo, frisa o autor, não se trata da "proteção dos direitos humanos" ou "das liberdades civis". No caso dos países dos Bálcãs, em primeiro lugar, se trata da hegemonia do bloco na região mediterrânica, opina o autor.
Em conclusão, o colunista da Der Freitag aponta mais uma vez para a "natureza agressiva" da Aliança. Isso não obstante o documento fundamental do bloco — o Tratado do Atlântico Norte (1949) —estabelecer que os países-membros são obrigados a contribuir por todos os meios para a consolidação da paz e segurança mundiais.