Especialista: Ocidente 'não se pode permitir' abandonar Ucrânia

© AP Photo / Andrew KravchenkoA subsecretária de Estado norte-americano Victoria Nuland e o embaixador dos EUA na Ucrânia Geoffrey Pyatt oferecendo biscoitos aos ativistas pró-europeus na praça da Independência em Kiev
A subsecretária de Estado norte-americano Victoria Nuland e o embaixador dos EUA na Ucrânia Geoffrey Pyatt oferecendo biscoitos aos ativistas pró-europeus na praça da Independência em Kiev - Sputnik Brasil
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A União Europeia alocará 18 milhões de euro (19 milhões de dólares) adicionais para ajuda humanitária às pessoas afetadas pelo conflito no leste da Ucrânia, informou em comunicado a Comissão Europeia.

O novo pacote ajudará os "parceiros humanitários no leste da Ucrânia a cobrir as necessidades urgentes médicas, de abrigo, água e saneamento", informou Christos Stylianides, comissário da ajuda humanitária e gestão de crises.

A Comissão Europeia oferece assistência humanitária a todas as pessoas, independentemente da área do conflito em que eles se encontrem.

"Cerca de 50% da assistência humanitária da Comissão atinge as pessoas necessitadas em áreas não controladas pelo governo," diz o comunicado.

Protesto na Praça Maidan em Kiev, 22 de fevereiro (Foto de arquivo) - Sputnik Brasil
Kiev revive distúrbios de Maidan pela comemoração do 3º aniversário
Enquanto isso, em 20 de fevereiro o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA Mark Toner declarou que Washington apela a Kiev para aumentar os esforços contra a corrupção e realizar reformas políticas e econômicas.

No seu comunicado divulgado em comemoração do 3º aniversário da "revolução da dignidade ucraniana", Toner destacou que "três anos atrás milhares dos ucranianos se uniram em Maidan, praça central de Kiev, para exigir que suas vozes fossem ouvidas". De acordo com o funcionário norte-americano, eles "exigiram pacificamente que se reconhecesse sua escolha de se juntarem à Europa".

"Desde então, a Ucrânia fez um progresso marcante, mas ainda há muito trabalho para fazer visando cumprir a promessa de Maidan. Os Estados Unidos continuarão suportando o povo ucraniano neste esforço", concluiu Toner.

Mas nem todos concordam com o funcionário do Departamento de Estado norte-americano: Boris Shmelev, analista superior do Instituto da Economia que faz parte da Academia de Ciências Russa, disse à Sputnik:

"As reformas ucranianas estão em impasse. Há muitos problemas. É por isso que a União Europeia está pressionando Kiev para não abandonar as reformas e para implementa-las de forma coordenada com Bruxelas. Ao mesmo tempo, Kiev deve lidar com a oposição pública."

O especialista acredita mesmo que o Ocidente em geral não se pode permitir abandonar completamente a Ucrânia.

"No momento a Ucrânia é uma espécie de maleta sem puxador para o Ocidente – algo que não pode nem agarrar nem abandonar. É uma espécie de área de teste para ideias democráticas e de modernização na região pós-soviética. Mais do que isso, a Ucrânia é geograficamente importante para o Ocidente," destacou.

Assim, Shmelev acredita que a situação atual continuará, independentemente de quem esteja no poder em Kiev.

"Isto é um jogo, e ele está previsto durar anos", disse o economista.

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