A edição vê a causa dessa agitação na influência enorme que têm os EUA sobre a política interna ucraniana. Depois da tomada de posse de Donald Trump, ainda não está claro em que direção Washington vai agir em relação a Kiev, por isso muitos na Ucrânia esperam tirar proveito desta situação ambígua.
"Agora em Kiev reina a incerteza ligada aos planos de Trump em relação à Rússia e Ucrânia, e muitos políticos tentam usar a oportunidade para promover suas próprias iniciativas", disse Balazs Jarabik, interlocutor da Foreign Policy.
Muitos deles agem por meio de canais não oficiais como, por exemplo, o caso do deputado ucraniano Artemenko que, segundo informou a mídia, tinha proposto à administração dos EUA um projeto para levantar as sanções antirrussas.
Em muito a aspiração de Kiev a estabelecer contatos com Washington está ligada às eleições de 2019 e à luta pelo cargo presidencial entre os principais candidatos ucranianos. Assim, o encontro de Yulia Timoshenko com o presidente Trump e seu vice Mike Pence provocou, conforme os dados da Politico, a irritação de Poroshenko, apesar de o embaixador ucraniano nos EUA, Valery Chaly, desmentir estas informações.
Estes esforços dos ucranianos deram certos resultados, no entanto, a administração de Poroshenko nos últimos tempos está mais disposta a usar diplomacia tradicional, sublinham os autores do artigo. Contudo, a incerteza nas relações com novas autoridades americanas já agravou as divergências políticas na Ucrânia, o que pode provocar uma nova onda de instabilidade.
"Em Kiev está amadurecendo uma tempestade política e logo ela vai se desencadear", concluiu Balazs Jarabik.