Intitulada "Carta das (os) brasileiras (os)" pede que o ex-presidente assuma logo a disposição para assumir a candidatura nas próximas eleições. “Um compromisso com o Estado Democrático de Direito, com a defesa da soberania brasileira e de todos os direitos já conquistados pelo povo desse País… como forma de garantir ao povo brasileiro a dignidade, o orgulho e a autonomia que perderam”, sublinha o documento.
Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, e um dos nomes que assinaram o manifesto, diz que a expectativa é conseguir um número expressivo de adesões, se possível até mais de um milhão.
"Essa carta ao presidente Lula é uma exortação de cunho suprapartidário. Foi uma iniciativa de pessoas que estão vendo com extrema preocupação o momento político que o Brasil está vivendo. Não sabemos sequer se o senhor Michel Temer, que se assenhorou do poder com um golpe contra a presidente Dilma, se ele conseguirá sobreviver politicamente este ano", diz Aragão, afirmando que o Brasil chegou ao fundo do poço. "Para nós, a única esperança que temos, mirando os últimos dez anos deste país, é Luiz Inácio Lula da Silva, porque ele, por não ser uma pessoa que que queima galeões e sim por ser uma pessoa que constrói pontes, é capaz de unificar e recolocar o Brasil nos trilhos."
Aragão diz que as elites, "que pagaram meio bilhão de reais para dar esse golpe", não estão de brincadeira e vão resistir. Ainda assim, ele acredita que o Lula tem todas as condições de superar esses obstáculos. O ex-ministro lembra que as investigações fuçaram a vida do Lula em todos os seus aspectos, mas não encontraram nada que pudesse manchar a sua reputação.
Aragão admite, contudo, que os que depuseram a presidente Dilma vão tentar de tudo para inviabilizar a candidatura de Lula.
"Temos algumas figurinhas bem carimbadas tanto no Legislativo quanto no Judiciário para fazerem esse serviço porco. Acredito, porém, que com o apoio popular e o peso que significa o nome Lula na história do Brasil e na política contemporânea eles também vão ter que ultrapassar barreiras muito pesadas para fazer o que eles intentam fazer", finaliza.