Entre as acusações há alegação que "de fato poderia haver uma ligação" entre o grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia) e o um dos maiores produtores de materiais para construção, informou à Sputnik França a chefe do departamento de litígio da Sherpa.
Mais cedo, na semana corrente, a LafargeHolcim admitiu que a filial síria da empresa pagou aos grupos armados "para preservar suas operações e garantir a passagem segura de funcionários e materiais" de e para a usina de concreto em Jalabiya. A usina, que está em estado operacional desde 2014, acabou fechada em setembro de 2014.
Mas, em 2016, o jornal francês Le Monde disse que a empresa financiou indiretamente o Daesh.
Marie-Laure Guislain, chefe do departamento de litígio da Sherpa, sugeriu que este tipo de revelações e duas ações judiciais, uma apresentada por Sherpa em conjunto com o Centro Europeu para Direitos Constitucionais e do Homem, e outro pelo Ministério das Finanças francês, forçaram a LafargeHolcim a lançar uma investigação do assunto.
"Eu também acredito que a empresa quer salvar sua reputação e parecer responsável quanto às relações com acionistas. Nós acreditamos que a Lafarge está tentando desviar a responsabilidade da sede para a sua filial síria", disse.
Marie-Laure Guislain mencionou também que sua organização apela ao governo francês para adotar uma lei rígida que torne as empresas multinacionais responsáveis por atividades das suas subsidiárias e contratantes que agem no estrangeiro. E essa iniciativa já deu frutos este ano.
"Em 21 de fevereiro de 2017, a França aprovou a legislação histórica que permite às vítimas de crimes econômicos obter justiça", sublinhou.
Mas a funcionária da Sherpa explicou que o projeto da nova lei atualmente passa pela revisão do Conselho Constitucional, e essa entidade poderá recusar o projeto para promover mais a liberdade das empresas.