A teoria da conspiração, construída em torno da "intervenção dos hackers russos nas eleições" foi aceita não apenas pelos políticos americanos. Por exemplo, Ben Bradshaw, parlamentar britânico, recentemente declarou que a Rússia "quase de certeza" teve influência no referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia.
"'Quase de certeza' neste caso significa: 'Não tenho prova nenhuma, mas tenho o pressentimento'", ironiza o autor do artigo, publicado no semanário The Spectator.
O analista destaca também que várias matérias da mídia ocidental estão cheias de "horror dos liberais perante os russos que ameaçam destruir seus governos". Assim, em uma das edições da revista The New Yorker o Kremlin é representado como uma nave alienígena armada de armas laser. Cada jornalista que escreve sobre "nova Guerra Fria" costuma mencionar "a morte e nascimento de novos mundos", o que, de acordo com Brendan O'Neill, é um sintoma óbvio de paranoia.
"E este delírio continua se espalhando", escreve o jornalista.
"Meu Deus! Que aconteceu com estas pessoas? Será que elas acreditam na verdade que foi Putin que organizou o Brexit? Que foram os russos que influenciaram os resultados das eleições nos EUA? Eles piraram completamente. De uma vez por todas. Os que sempre se vangloriaram de sua racionalidade estão espalhando a paranoia", resume o autor do artigo.