O foco das suspeitas francesas são os hackers russos. Fazendo coro aos norte-americanos, que acusaram o Kremlin de interferir diretamente para consolidar a vitória de Donald Trump, nos Estados Unidos, em novembro, políticos e autoridades da França também vêm apontando a Rússia como uma grande ameaça ao processo eleitoral da Quinta República. Moscou nega.
Emmanuel Macron, candidato do En Marche! e um dos favoritos para chegar ao segundo turno, tem acusado o governo russo de tentar enfraquecer sua campanha tanto através de ataques cibernéticos como por meio da imprensa. De acordo com ele, o objetivo russo é fazer com que Marine Le Pen, da Frente Nacional, ganhe a disputa pelo Palácio do Eliseu.
"Nós estamos acusando a RT e a Sputnik de serem a primeira fonte de compartilhamento de falsas informações sobre o nosso candidato e de todas as outras formas simbióticas de trabalhar com organizações fascistas ou de extrema-direita", disse em entrevista ao Sky News Mounir Mahjoubi, gerente de campanha de Macron.
Declarações semelhantes já haviam sido feitas em fevereiro pelo secretário-geral do En Marche!, Richard Ferrand, para quem os franceses estariam sofrendo com a tentativa orquestrada de uma potência estrangeira de "desestabilizar um candidato na eleição presidencial".