O ônibus solar é uma parceria bem-sucedida entre a universidade e diversas empresas que encamparam a ideia e colaboraram com fornecimento de suas tecnologias, como a Eletra, especializada em tração elétrica, a Marcopolo (carrocerias), WEG (motores) e a montadora Mercedes-Benz. O ônibus já está rodando em caráter experimental entre o campus de Florianópolis e o Centro Integrado de Pesquisa em Energia Solar (Fotovoltaica), no Sapiens Parque, em Cachoeira de Bom Jesus. O trajeto de ida e volta é de 50 quilômetros.
O E-Bus é um projeto que remonta a 2013, fruto de um acordo entre a Eletra, a Mitsubishi Heavy Industries e a Mitsubishi Corporation. O veículo funciona a partir de um conjunto de 154 baterias de ion-lítio que precisa de três horas de recarga, o que garante uma autonomia operacional de 200 quilômetros. O projeto é tão sustentável que consegue aproveitar até 30% da energia de frenagem. Com um consumo de 2,4 kW/h por quilômetro, a proposta do E-Bus está animando a indústria, embora até agora nenhum contrato tenha sido assinado para dar início a sua produção em escala industrial.
O engenheiro Alexandre Montenegro, que está fazendo doutorado no Fotovoltaica, e um dos integrantes da equipe de desenvolvedores do projeto, conta que a ideia surgiu quando o Ministério da Ciência e Tecnologia apoiou a construção dos prédios do Centro de Capacitação na Área de Energia Fotovoltaica, situados a 25 quilômetros da UFSC. Surgiu então a demanda de um meio de transporte que fosse coerente com a proposta do centro, e foi proposto que tal solução fosse um ônibus elétrico alimentado por energia solar. O ministério, contudo, só tinha recursos necessários para bancar metade do projeto. A alternativa, então, foi a parceria com as empresas, e o resultado superou as expectativas.
O abastecimento do E-BUS é feito na própria UFSC.
"O ponto de recarga fica no terreno dos nossos prédios, um eletroposto que tem cobertura fotovoltaica. Com uma hora recarregando, ele tem autonomia para 70 quilômetros. A gente espera aumentar essa autonomia, fazer várias melhorias a partir dos dados do veículo em operação. Nosso prédios geram 60% a mais da energia que eles consomem, e esse excedente é utilizado pelo campus principal da UFSC e também para recarga do ônibus", diz o engenheiro, lembrando que o projeto inclui o conceito de deslocamento produtivo, permitindo a alunos e professores continuarem trabalhando com seus equipamentos durante o trajeto.