Mesmo com o aumento no número de transplantes, a meta do Brasil é a de diminuir a fila de espera por um doador, que ainda é longa. Até dezembro de 2016, havia 41.042 pessoas aguardando na fila por um transplante, sendo que 24.914 delas esperando por um rim, mas a taxa de famílias que aceitaram doar órgãos foi de 57%, o equivalente a um aumento de apenas 1% em comparação ao ano anterior, onde a taxa de aceitação familiar foi de 56%.
O Ministro da Saúde, Ricardo Barros alertou que estruturalmente o sistema está capacitado para aumentar o número de transplantes, porém o foco deverá ser nas campanhas de conscientização para que as famílias doem mais e assim reduzir as filas de espera.
"Nosso objetivo principal agora para reduzir as filas, já que temos uma excelente infraestrutura técnica de hospitais especializados para fazer os transplantes, é fazer campanhas de conscientização para que as famílias autorizem a doação de órgãos, facilitar a regulação, a legislação que envolve essa questão da doação, para que possamos ampliar também esse acesso. Tudo dentro da segurança necessária, e da ética que é necessária para atuar na área de transplantes."
Após notícias de perda de órgãos por conta de problemas com o transporte, um decreto presidencial registrado em junho do ano passado estabeleceu uma parceria entre o Ministério da Saúde e as Forças Armadas para aumentar o número de procedimento no país. Uma aeronave da Força Aérea Brasileira fica em solo à disposição para o transporte de órgãos, com o objetivo de reduzir a fila de espera de pacientes aguardando transplantes.
O Ministério da Saúde informou que dobrou o orçamento na área de transplantes desde 2008, passando de R$ 453,3 milhões para R$ 942,2 milhões. Em 2016, o orçamento foi de 2,2 bilhões com os investimentos em medicamentos usados para evitar a rejeição do órgão transplantado.
Atualmente, a rede brasileira de transplantes conta com 27 Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos, além de 14 câmaras técnicas nacionais, 506 Centros de Transplantes, 825 serviços habilitados, 1.265 equipes de Transplantes, 574 Comissões Intra-hospitalares de Doação e Transplantes, e 62 Organizações de Procura de Órgãos.
Durante o balanço de transplantes, a secretária de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, anunciou que nos próximos dias, a pasta vai publicar uma portaria trazendo incentivos específicos às Centrais de Transplantes, e que também vai aumentar a parceria com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) para estudar e resolver a situação de quedas pontuais de transplantes em alguns estados, como no Rio de Janeiro e em Pernambuco, para poder melhorar os resultados para 2017.