Em janeiro, antes de assumir funções, o secretário de Estado Rex Tillerson afirmou ao Comitê para Assuntos Exteriores do Senado que o programa de construção das ilhotas no mar do Sul da China realizado por Pequim deve ser impedido.
As autoridades chinesas responderam à declaração de Tillerson dizendo que suas ações eram legítimas e correspondiam aos limites da sua soberania territorial.
"Isso não vai acontecer porque isso nunca pode acontecer. É isso que eu acho e sinto", disse o embaixador russo na China Denisov ao jornal russo Kommersant, se referindo às intenções americanas.
"Falando a sério, eu apenas posso imaginar que Donald Trump e seu círculo são adeptos de uma abordagem empresarial nas relações exteriores — primeiro intimidar [o adversário] e já depois discutir as opções reais a partir de uma posição de força", frisou.
De acordo com Denisov, por enquanto não há nenhuma deterioração visível nas relações entre Washington e Pequim, enquanto os contatos bilaterais estão sendo "reanimados".
O diplomata adiantou que os contatos sino-americanos estão sendo efetuados de "forma de negócios e amistosa".
"Eles têm tanto conversações telefônicas como diretas. Yang Jiechi [um dos arquitetos mais eminentes da política externa chinesa] visitou Washington há pouco, sendo que teve lá numerosas reuniões. Alguns especialistas sugerem que o primeiro encontro entre Trump e [o presidente chinês] Xi Jinping já está sendo planejado", resumiu.
A China e vários outros atores regionais, inclusive o Japão, o Vietnã e as Filipinas, têm divergências quanto às fronteiras marítimas e áreas de sua responsabilidade no mar do Sul da China e no mar da China Oriental.
Em 2016, o Tribunal Arbitral Permanente de Haia decidiu que a China não tem direito a apresentar quaisquer exigências territoriais no mar do Sul da China. De acordo com a decisão, as ilhas disputadas de Spartly não são zona econômica exclusiva. No entanto, Pequim nunca reconheceu a resolução.