'Métodos de intimidação usados pelo governo Trump nas relações com China parecem negócios'

© AFP 2023 / STRCidade de Sansha na ilha de Yongxing, também conhecida como ilha de Woody, no Mar do Sul da China
Cidade de Sansha na ilha de Yongxing, também conhecida como ilha de Woody, no Mar do Sul da China - Sputnik Brasil
Nos siga no
De acordo com o embaixador russo na China, Andrei Denisov, a ideia do secretário de Estado americano, Rex Tillerson, de bloquear o acesso chinês aos ilhéus no mar do Sul da China não pode ser implementada e nunca se tornará realidade.

Em janeiro, antes de assumir funções, o secretário de Estado Rex Tillerson afirmou ao Comitê para Assuntos Exteriores do Senado que o programa de construção das ilhotas no mar do Sul da China realizado por Pequim deve ser impedido.

Porta-aviões norte-americano USS Carl Vinson durante patrulha no mar do Sul da China, 3 de março de 2017 - Sputnik Brasil
O que na realidade significa presença dos navios americanos no mar do Sul da China?
"Nós pretendemos enviar à China um sinal claro que, primeiramente, a construção das ilhotas vai parar. E, segundo, seu acesso a estas ilhas também não será permitido", disse Tillerson aos senadores.

As autoridades chinesas responderam à declaração de Tillerson dizendo que suas ações eram legítimas e correspondiam aos limites da sua soberania territorial.

"Isso não vai acontecer porque isso nunca pode acontecer. É isso que eu acho e sinto", disse o embaixador russo na China Denisov ao jornal russo Kommersant, se referindo às intenções americanas.

"Falando a sério, eu apenas posso imaginar que Donald Trump e seu círculo são adeptos de uma abordagem empresarial nas relações exteriores — primeiro intimidar [o adversário] e já depois discutir as opções reais a partir de uma posição de força", frisou.

De acordo com Denisov, por enquanto não há nenhuma deterioração visível nas relações entre Washington e Pequim, enquanto os contatos bilaterais estão sendo "reanimados".

O diplomata adiantou que os contatos sino-americanos estão sendo efetuados de "forma de negócios e amistosa".

"Eles têm tanto conversações telefônicas como diretas. Yang Jiechi [um dos arquitetos mais eminentes da política externa chinesa] visitou Washington há pouco, sendo que teve lá numerosas reuniões. Alguns especialistas sugerem que o primeiro encontro entre Trump e [o presidente chinês] Xi Jinping já está sendo planejado", resumiu.

A China e vários outros atores regionais, inclusive o Japão, o Vietnã e as Filipinas, têm divergências quanto às fronteiras marítimas e áreas de sua responsabilidade no mar do Sul da China e no mar da China Oriental.

Porta-aviões USS Carl Vinson (CVN-70), de 97.000 toneladas, chega à cidade portuária meridional de Busan em 11 de janeiro de 2011 - Sputnik Brasil
Opinião: China e EUA procuram novas 'linhas vermelhas' no mar do Sul da China
Pequim afirma que as Filipinas e o Vietnã aproveitam deliberadamente o apoio americano para escalar as tensões na região.

Em 2016, o Tribunal Arbitral Permanente de Haia decidiu que a China não tem direito a apresentar quaisquer exigências territoriais no mar do Sul da China. De acordo com a decisão, as ilhas disputadas de Spartly não são zona econômica exclusiva. No entanto, Pequim nunca reconheceu a resolução.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала