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Líder muçulmano: 'Não há espaço para radicalização islâmica no Brasil'

© AP Photo / Dar YasinMuçulmanos em prece na mesquita
Muçulmanos em prece na mesquita - Sputnik Brasil
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O vice-presidente da Fambras – Federação das Associações Muçulmanas no Brasil, Ali Houssein El-Zoghbi, comenta a entrevista de outro líder islamita, o Sheik Rodrigo Jalloul, sobre os riscos de radicalização religiosa no Brasil.

Líder de um Centro Islâmico e de uma mesquita em São Paulo, o Sheik Rodrigo Jalloul, brasileiro de 31 anos cuja família tem origem no Líbano, concedeu entrevista à Revista Veja em que garante não haver islamofobia no Brasil, embora não descarte riscos de radicalização.

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Sobre as considerações do Sheik Jalloul, que se encontra no Líbano e só retorna a São Paulo na próxima semana, Sputnik Brasil ouviu um líder muçulmano, o jornalista, economista e pedagogo Ali Houssein El-Zoghbi, vice-presidente da Fambras – Federação das Associações Muçulmanas no Brasil.

O Professor El-Zoghbi considera positiva a entrevista de Rodrigo Jalloul, e em alguns aspectos, nos quais ele prega a convivência pacífica entre todas as religiões, identificou vários conceitos que há tempos El-Zoghbi vem defendendo, como a coexistência harmoniosa entre os seguidores de todas as religiões e a total impossibilidade de acontecer algum surto de extremismo no país, afirmando que "no Brasil não há espaço para radicalização islâmica". No entanto, o vice-presidente da Fambras fez algumas restrições aos comentários de Rodrigo Jalloul:

"Não podemos deixar de considerar alguns pontos que podem levar a uma visão de rivalidade sectária que não interessa a ninguém. Isso ficou muito evidente em algumas falas do Sheik Rodrigo Jalloul. A primeira delas é quando ele fala de algumas situações pontuais, de pessoas que demonizam a diferença de vertentes entre sunitas e xiitas. Acho que é importante esclarecer que as diferenças são bastante pequenas entre estas duas vertentes. Eu costumo nem utilizar estes termos. Se a pessoa é de uma vertente ou outra, a diferença é tão pequena que eu prefiro não usar estes termos para não criar um abismo naquilo que a gente tem visto, que é o de a religião estar sendo utilizada para objetivos ideológicos."

El-Zoghbi se referiu ao fato de Rodrigo Jalloul, em sua entrevista, ter se definido como xiita, mas dizendo receber em sua mesquita muçulmanos que se declaram sunitas.

"Enfim, eu acho que ele [Rodrigo Jalloul], como sheik, não pode aprofundar este abismo [entre xiitas e sunitas]."

"Uma outra questão que me pareceu bastante importante é sobre a islamofobia", conclui Ali Houssein El-Zoghbi.

"Nós temos casos pontuais, é mesmo da natureza da população brasileira que estes casos sejam considerados pontuais. Nós temos acentuado que isto deveria ser coibido com o máximo rigor para que se tenha no Brasil um exemplo para o mundo, de convivência pacífica e de pleno respeito pelas diferenças."

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