Opinião: chances são mínimas de Mercosul e UE chegarem a acordo de Livre Comércio

© AP Photo / Jorge SaenzCúpula do Mercosul.
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Tentativas de concretizar um Tratado de Livre Comércio entre a União Europeia e o Mercosul vêm sendo realizadas há quase 20 anos. Poucos passos satisfatórios foram dados.

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Em entrevista à Sputnik Mundo, o analista internacional, Jorge Castro, considerou que o acordo em questão depende mais da França do que dos outros países do bloco europeu.

Enquanto as chancelarias dos quatro países fundadores do Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – se reúnem na tentativa de alcançar um Tratado de Livre Comércio (TLC) com a União Europeia (UE), especialistas alertam que as chances de fechar tal acordo "são muito pequenas".

"As chances são muito pequenas, levando em consideração os acontecimentos políticos e geopolíticos na Europa e no mundo que estão minando a base do projeto. Por exemplo, devemos perceber que a política agrícola comum [da União] é empregada principalmente na França. A política agrícola comum foi uma condição necessária estabelecida pela França para adesão à UE em 1961. Isso mostra a importância deste sistema de proteção que não deixa passar produtos alimentícios do Brasil e da Argentina [por exemplo] para o mercado europeu", disse Jorge Castro.

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Para o especialista, que ocupa o cargo de chefe do Instituto de Planejamento Estratégico da Argentina, a "competitividade superior" dos produtos alimentícios do Brasil e da Argentina representa uma ameaça para a política agrícola comum imposta pela França para adesão à UE que é "consolidada pelo Tratado de Roma de 1957".

Segundo o especialista, uma restrição estrutural de exportações dos países do Mercosul alveja proteger "o monopólio da produção de comida francesa" no bloco europeu.

UE espera que a França continue no bloco e não realize passos semelhantes aos do Reino Unido que, após a votação de junho de 2016, iniciou o processo de Brexit, alerta Castro. No entanto, ele disse que o resultado das próximas eleições presidenciais na França podem mudar o cenário em questão.

"Há uma possibilidade crescente de que no segundo turno das eleições presidenciais na França, em maio, vença a candidata de extrema direita, Marine Le Pen, da Frente Nacional. Se isso acontecer, Le Pen assumindo presidência da França, como mostram varias pesquisas, neste caso, havia que dar por terminado o projeto histórico da União Europeia como um bloco conjunto", concluiu o analista.

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