O secretário adjunto de Asssuntos Internacionais da CUT, Ariovaldo Camargo, analisa a maior mobilização popular à construção dos protestos que centrais sindicais e movimentos sociais vinham trabalhando desde o ano passado para a greve geral em função das várias reformas anunciadas pelo governo. A do ensino médio e a mobilização contrária dos professores só engrossou o coro de descontentamento dos trabalhadores.
"As manifestações em todo o país vieram demonstrar que os ataques são muito duros, que o governo vem de fato pagando a conta do golpe acabou vitimando um pouco da democracia que se consolidava no Brasil. Tivemos grande participação além dos trabalhadores de educação também dos trabalhadores de transporte, metrô, ônibus e de muitas outras categorias como bancários nos principais eixos financeiros da capital de São Paulo, metalúrgicos e outros setores que aderiram a esse dia de paralisação. Não é um ataque está específico a uma categoria profissional, mas ao conjunto de trabalhadores", diz o secretário da CUT.
Os ataques central incluem também o Congresso.
"O Congresso Nacional deu ontem mais uma demonstração da podridão que é esse sistema político em especial aqueles que ocupam os principais cargos no governo, tanto o presidente da República quanto seus ministros e a base parlamentar", diz Camargo.
O dirigente sindical nega que esteja havendo problemas com a base aliada do governo em aceitar a reforma da Previdência na íntegra como quer o Palácio do Planalto. Segundo ele, a reação que começa a ser esboçada pelos parlamentares é, na verdade, fruto da pressão popular sobre os congressistas na medida em que as pessoas começam a compreender a dimensão da perda que terão em suas vidas com a reforma da Previdência como está proposta, seja em idade mínima, tempo de contribuição e o fim da garantia de uma série de direitos duramente conquistados.
"Estamos forçando uma discussão com a base governista para que eles possam refletir sobre realmente o que está em jogo nesse país, e não apenas se submeter a uma política que foi a adotada quando da deposição da presidenta Dilma. A pressão dos trabalhadores é que tem permitido que a base recue e que a gente possa impor uma retirada desse projeto e discutir a reforma à luz das necessidades da Previdência e não colocar sobre o ombro dos trabalhadores o preço do que foi destruído ao longo do tempo."