"O presidente quer explorar novos cenários na Síria. Os russos deixaram claro que eles estão prontos para o diálogo. Não é necessário ter um acordo, mas isso não significa que não se deve ao menos tentar", diz o especialista.
Gvosdev acredita que, em se tratando das questões sírias, a administração Trump está pronta para tentar voltar a cooperar com a Rússia. Tal diálogo não será fácil, mas ninguém disse que seria, afirma ele. Em particular, os desacordos estarão com certeza ligados a quem pode ser considerado terrorista ou oposição moderada. As regras das ações militares podem se tornar um obstáculo também, pois cada país possui suas vertentes.
Gvosdev salienta que todas as ideias de um diálogo deste tipo "estão afogadas em burocracia". A nova administração ainda não reviu oficialmente a sua atitude à questão síria, e, portanto, age "no piloto automático" de acordo com as diretrizes da administração Obama, que, como observado pelo especialista, dedicou a mesma força tanto à luta contra o regime sírio quanto à luta contra o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em muitos outros países).
O presidente norte-americano, no entanto, pode mudar a estratégia dos EUA na Síria. Embora, de acordo com a edição norte-americana, o Pentágono recomendou não cooperar com a Rússia sobre esta questão, Trump como comandante-em-chefe pode discordar ou consultar especialistas independentes.
Ao mesmo tempo, é possível que os funcionários da Defesa, que seguem a atitude do governo Obama quanto à situação na Síria, convençam Trump de que ele esteja buscando em vão a colaboração com a Rússia, diz Gvosdev.