"Não vejo domínios de cooperação que sejam totalmente novos. Aquilo que foi anunciado são as esferas tradicionais de interação", comentou à Sputnik Japão o analista russo Dmitry Streltsov, acrescentando que a cooperação nestas esferas começou ainda no fim dos anos noventa.
Segundo ele, a cooperação militar entre a Rússia e o Japão não está ligada com doutrinas militares e prevê unicamente a realização de ações humanitárias, como missões de resgate, ajuda para refugiados e oposição ao terrorismo global.
Assim, Hyeon Seungsu, do Instituto de Unificação Nacional da Coreia do Sul, afirmou à Sputnik Coreia que o desenvolvimento da cooperação militar com a Rússia comprova que o principal problema do Japão é conter a China.
Dmitry Streltsov tem uma opinião diferente.
"Não se trata disso. Não excluo que a China e o Japão também tenham canais de cooperação e interação na área informacional. Mas não acho que isso seja direcionado contra a Rússia. A reunião dos dois ministros da Defesa é, sem dúvida, um sinal político para outros países de que a Rússia e o Japão estão reforçando as relações políticas através do domínio militar. Mas isso não significa que eles façam planos nas costas da China", adiantou à Sputnik Japão Dmitry Streltsov.
"Formalmente, o sistema de defesa antimíssil se destina a lidar com a ameaça da Coreia do Norte. Mas, de fato, se trata de uma tentativa evidente por parte dos EUA de tentar alcançar a supremacia na região, algo que afeta o equilíbrio estratégico na zona. Acontece que o caráter defensivo destes sistemas pode se tornar ofensivo muito rapidamente. Mas não classificaria o deslocamento dos mísseis russos Bal e Bastion nas Curilas como uma resposta para o sistema de defesa antimíssil norte-americano", frisa o analista russo.
O deslocamento de sistemas de mísseis russos, explicou, avisa assegurar a estabilidade das fronteiras do Extremo Oriente.
Segundo este analista, os encontros dos ministros da Defesa da Rússia e do Japão são destinados a minimizar a preocupação mútua dos dois países.